2009-03-02

Os pobres ácaros dos colchões

Como fitiatra conheço ácaros há muito tempo.
São pequeníssimas criaturas, aracnídeos, que atormentam a vida a muitas plantas.
Temos já diversos acaricidas para os matar quando eles impedem o normal desenvolvimento das plantas que nos servem.

Segundo me demonstraram agentes de vendas de potentes aspiradores, os colchões das nossas camas são um óptimo habitat. Há centenas de anos que eles lá vivem, felizes da vida sem que eu me tenha nunca apercebido disso.
Dizem-me todavia que há gente que sofre e, de facto, é rara a criança que não demonstra alergia aos ácaros do pó, o meu filho foi um caso, analisado e comprovado pela ciência e muito provavelmente eu fui, sem saber, também uma dessas criança.
Provavelmente, dado que quase todo o ser humano, eu incluído, é alérgico à vida ou a alguns aspectos dela.
Mas, a verdade é esta, lá vamos vivendo e a presença de ácaros no meu colchão nunca foi para mim um real problema.
Hoje, ao ver um anúncio desses aspiradores, observei-o segundo o ponto de vista desses pobres ácaros.
E ouvi-os dizer:
“Há centenas de anos que convivemos com os humanos em pás.
Eles rebolam-se como querem sobre os colchões e vão deixando, células velhas escamadas da sua pele que são um maná para mim, De vez em quanto lá batem os colchões, matando-nos aos milhares mas são calamidades inevitáveis e logo a vida continua em paz.
Para quê eliminar-nos definitivamente? Para quê a “bomba atómica” desses terríveis aspiradores dizimadores.Porque será que os homens se preocupam tanto com a defesa dos animais grandes, que eles vêm à vista desarmada e, embora inteligentes, não têm nenhum respeito por nós pequeninos ácaros, ainda que sejamos visíveis com uma simples lupa?

3 comentários:

Anónimo disse...

mui bien

Anónimo disse...

Padeço do mesmo mal, no entanto, e como ainda posso, vou-os intoxicando com tabaquito do bom.

Mas o comentário era para lhe enviar este link:
http://www.youtube.com/watch?v=PrwHE0uvFfo&feature=related
Foi uma coisa pela qual conspirei...

Um abraço, lembrando-o que está na época da Cabeça de Xara.

Nuno Jordão disse...

Caríssimo anónimo, embora as referências que envia lhe retirem, pelo menos para mim grande parte desse anonimato.
Que bom seria o mundo se todos conspirasem assim.
Um abraço