2010-06-27

Catchup e Catch up

Tendo-me sido levantadas dúvidas sobre a expressão utilizada entre aspas, na crónica abaixo esclareço o seguinte:
Ketchup, é uma receita tradicional malaia, cujas diversas imitações industriais são designadas em Inglês pelas transliterações KETCHUP ou CATCHUP.
Catch up, como eu escrevi, é uma expressão coloquial da língua inglesa com o significado de “despacha-te; aproxima-te; chega até nós” dita a alguém que se atrasa.
É desta semelhança fónica que provem o humor de uma significativa anedota contada numa cena do filme “Pulp Fiction” que passo a recordar a quem viu o filme:
Dois tomates caminhavam na rua mas um foi espezinhado. O que passou volta-se para o primeiro e diz “Catch up”.
O que ao ouvido tanto significa “despacha-te” como “ficaste reduzido a Catchup”, ambos os significados apropriados àquela situação tão insólita.
Infelizmente, por uma pequena sondagem que fiz, já quase ninguém se lembra da anedota tendo eu, aparentemente, falhado o efeito que queria obter ao usar a mesma expressão, referindo-me ao ketchup a que Cristiano Ronaldo assimilou os golos que marcaria e, simultaneamente desejando que ele se despache a metê-los.
De preferência já contra a Espanha

2010-06-21

A Coreia do nosso contentamento

De frágil e timorato que Portugal tem sido, desde a fase de apuramento para esta fase final do Campeonato do Mundo de Futebol, até ao primeiro jogo desta fase, contra a Costa do Marfim, algo parece ter mudado hoje.
7-0 à Coreia, é obra notável e fez renascer alguma esperança no coração dos portugueses.
Tudo correu bem desde a invulgar hora do jogo que permitiu aos portugueses associarem dois dos seus maiores prazeres, o almoço e o futebol.
Ao fim da sopa um golito a prometer uma boa digestão, depois entre as dentadas no bacalhau, seguem mais quatro fazendo com que tudo soubesse melhor, por fim, com a bica e o bagaço, lá vêm mais dois, um dos quais que permitiu a Ronaldo abrir o “Catch up” sem contudo ter tido já tempo de estragar o bacalhau com aquele gosto “Yanky” homogeneizador.
Foi tudo perfeito, num dos fora, desta tarde, alguns participantes referiram: foi o melhor almoço da minha vida.
Também acho.

2010-06-20

Porque será?

Que alguns portugueses vivem em Londres e não em London, enquanto, para a generalidade dos jornalistas Saramago vivia em Lanzarote e não em Lançarote.

2010-06-15

O que me irrita mais na Vuvuzela é não conseguir comprar uma

A Vuvuzela é um instrumento irritante, emite urros de elefante que fazem bulir qualquer nervo ancestral da nossa estrutura nervosa que nos irrita, pelo menos à maioria de nós, como as notícias e muitos blogues têm reportado.
Mas esse condão de causar irritação também tem o seu valor: afecta a moral dos adversários, tem o valor artístico de despertar emoções.
Daí que eu queria ter uma para utilizar em momentos especiais.
Engano meu, apesar da vastíssima publicidade, já a procurei em variedíssimos postos da GALP e nada, não há, havia sempre muitas ontém mas hoje nunca há.

2010-06-11

Inversão de papéis

Nestes dias passeei acompanhado de dois dos meus netos.
Nem tudo foi rosas, quando estava com os meus amigos, era frequente algum ou os dois, nos interromperem constantemente com as suas frivolidades.
Hoje vi na TV a situação inversa, num grande encontro promovido pela “LEGO”, algumas crianças estavam concentradas nas sua criações, enquanto os jornalistas os importunavam com perguntas idiotas e infantilizadas, do tipo “achas que tens peças suficientes?”, a que eles iam tentando responder com o mesmo enfado que eu sentia quando os meus netos me interrompiam.
É a TV que vamos tendo, a um nível mental que também não deixou ainda a infância.

2010-06-01

Caçar baratas e invadir navios de ajuda humanitária

Quando uma ou outra barata me invade a casa, a sua eliminação, transforma-se numa das minhas ocupações dos meses quentes.
Até agora, tenho confrontado esta intrusão 3 a 4 vezes por ano.
Tenho guerra aberta contra as baratas, estudei a sua biologia e sei que alguma, mais corajosa, que consiga subir a um terceiro andar e penetrar no meu reino, pode ser macho ou fémea e, se fémea, pode estar grávida ou não.
A minha ciência ainda não consegue detectar esse facto com um simples olhar.
Apenas me resta esperar que não, e, pelo sim, pelo não, procuro matá-las logo.
Aprendi que uma barata grávida, com a capacidade de pôr ovos, muitos, muitíssimos, se deixada em paz, pode encher a minha casa de, para cima de 200, em pouco tempo. Desiquilibrando as forças.
E eu não quero, procura-as, persigua-as, tento matá-las, antes que seja tarde.
Porém, há um problema:
Elas sabem que não são benvindas, têm nos seus genes esta consciência, e lutam pela sua sobrevivência,com uma energia admirável, fogem, correm a uma velocidade alucinante e escondem-se em recantos inacessíveis.
Mas eu, que sou humano e, mais do que as minhas habilidades físicas, posso mobilizar, meios químicos, ardilosos, que só os humanos sabem conceber, uso todos os meios au meu dispôr.
Até agora, tenho ganho estas batalhas sempre, embora o inimigo não descance, nunca.
Esta reflexão particular também se aplica a Israel e ao criminoso assalto a um navio de ajuda humanitária para a facha de gaza.
Os terroristas palestinianos, são as baratas deles ou, como as baratas são para mim, formas de vida a eliminar de qualquer jeito, seja como for.
Quando houvi hoje a notícia, e filmes probatórios, de que militares Israelitas que abordaram o barco, todos artilhados com metralhadoras, coletes e capacetes protectores e tudo, se queixaram que llhes atiraram com cadeiras e paus, achei um pouco ridículo.
Eu também me queixo de que as baratas me fogem! Ora essa!, deviam estar ali submissas, e deixarem-se trucidar para o bem da humanidade.
O meu mundo seria melhor.