2009-03-31

Carta de Pristina – 3

Agora comecei a trabalhar.
A rotina mudou, o meu senhoria desfaz-se para me agradar, já me pôs a internet a funcionar, o comando da tv e ainda me proporcionou um outro candeeiro de leitura, dado que eu, de passagem, lhe disse que me faltava um pouco de luz para ler.
Entretanto chegou Bernard que já me mostrou Pristina, no seu todo, um parque onde se pode correr, quem gosta disso, e que tem um bar-café simpático.
Fomos jantar nos melhores restaurantes, onde só se come entre os 10 e os 20 Euros, em todos se pode fumar, o que, para mim, é bom, para outros é horrível.
Entretanto percebi porque é que cá em casa é tudo eléctrico.
Segundo me conta Bernard, a electricidade é fornecida por um empresa americana que fornece electricidade e emite facturas mas ninguém paga.
Quando uma vez ameaçou cortar o serviço por falta de pagamento, houve uma revolução de gente enfurecida com bastões e a coisa ficou assim.
Hoje ninguém sabe como é, supõe-se que alguém está a pagar, ou os contribuintes americanos ou os europeus ou ambos.
Em termos do meu trabalho, as estatísticas não existem ou existem para todos os gostos e para fundamentar qualquer decisão política.
Em conversa informal com alguns Kosovares, dizem-me que aqui não se sente a crise, todavia parece que há 40 % de desempregados, mas que lá vão sobrevivendo sem subsídio de desemprego ou será que não, que não são 40%.
O que é certo é que parece que tudo vai vivendo de biscates e da solidariedade tribal.
De facto não se vêm pedintes nem miseráveis pelas ruas.
Será que os Kosovares já descobriram o segredo da vida gratuita?

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