Como primatas organizamo-nos em bandos, é assim que nos sentimos bem, é a escala que dominamos.
Os problemas e o mal estar surgem quando se pretende construir o “bando global” bem contra a nossa natureza e os nossos interesses e reagimos, naturalmente, organizando os nossos próprios bandos, de interesses, de conformidade de ideias, estilos de vida etc,
O fenómeno é bem nítido na blogosfera: há um grupo de notáveis que se conhecem todos pelo nome, se encontram em jantares e reuniões sociais, “lincam-se” (perdoe-se-me o estrangeirismo, inevitável) e citam-se mutuamente, vão quase todos às FNAC e outros centros de cultura, têm o culto da escrita, escrevem geralmente muito bem (é essa estética que me atrai neles), rondam a medicultura, aquela franja que procura mimar o génio que lhes falta, são light, light, light., interessam-se vivamente por coisa tão diversas como animais domésticos, DVD, política, quanto baste, livros, muitos livros, lugares do mundo, futebol também, um pouco, outros desportos, centros de lazer, restaurantes “in”, não os de verdadeiro culto à gastronomia e dão a tudo isto o mesmo peso e a mesma medida.
Gosto imenso de os ler, não são bons nem maus mas não são, decididamente, não são macacos do meu bando.
Os macacos do meu bando não têm ainda muitos blogs.
2003-10-29
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