É uma “verdade” insofismável, diz o Governo e a Oposição, temos que apanhar a Europa, o pelotão da frente, é preciso crescer mais que os outros. Roemo-nos de inveja pelo crescimento Irlandês, gozamos de prazer quando a bendita Grécia nos tira do último lugar de alguma coisa.
Mas afinal, estamos a correr para onde ?
Com tanta corrida já devíamos estar a atingir um nirvana de felicidade.
Um raciocínio simples poderia dizer: sinto-me bem, se não crescer mais ... que se lixe, continuo assim que não é tão mau.
É isso aliás o que sinto quando visito os tais países do pelotão da frente: afinal lá atrás não se está assim tão mal, nalguns casos, muitos, antes pelo contrário.
A realidade é que estamos a correr apenas para sobrevivermos. A ausência de crescimento não significa ficar na mesma, não, aumenta o desemprego, a miséria, de facto, andamos para trás, ficamos pior.
É isto que é a “intrujice da civilização” de que falava, (desculpem-me a insistência, não é, está longe de ser, o único lúcido mas está aqui a jeito) Almada Negreiros.
Vivemos um modelo civilizacional onde progredimos ou morremos, como que mergulhados numa piscina onde procuramos sempre tirar a cabeça de dentro de água, mas onde o nível sobe permanentemente e mesmo que tenhamos a ventura de chegar à tona e respirar, nem aí poderemos descansar e usufruir esse sucesso, se pararmos afundamo-nos de novo.
Ora a grande porra.
2003-10-23
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