2009-03-10

O discurso delirante

Enquanto preparo uma minha deslocação ao Kosovo, de que em breve darei conta aqui, vou assistindo ao debate que se vai fazendo em Portugal.
A crise que tinha sido prevista por muitos teóricos da margem, com base numa análise simplíssima que apenas constatava o óbvio: “Não pode ser sustentável um modelo económico que se baseie num crescimento constante, num mundo finito e limitado”, não foi ainda compreendido pelos analistas e decisores do “main stream” e eles lá persistem a construir diques, a abrir buracos, como baratas tontas, procurando que tudo volte ao normal ao tolerável, embora já reconheçam que no fundo, no fundo, ninguém sabe o que faz ou o que fazer.

Por outro lado os “media” regozijam com as “ignorantes cidadãs” que chamaram badalhoca a Carolina Salgado mas não disseram uma palavra quando, no âmbito do mesmo processo ou afim, um Senhor ou Senhora Juiz referiu que o livro de Carolina não tinha credibilidade porque vinha de quem vinha, uma ex-prostituta, subentenda-se, criando uma nova jurisprudência: “Uma prostituta ou ex prostituta é incapaz de falar verdade” dizendo a mesma coisa do que a simplicidade das “ignorantes cidadãs”: é uma badalhoca, fascista, nem me interessa o que ela diz.
Seja no mundo da política, da economia, da justiça da educação ou do que seja, vê-se a mesma alienação, apenas um discurso delirante.

1 comentário:

Anónimo disse...

hoje ouvi num directo de 20 segundos sobre um acidente na estrada.
(Jornalista) A causa do acidente foi um choque frontal entre camiões na auto-estrada e também que no momento os bombeiros se encontravam a fazer os trabalhos de limpeza do morto.

Fiquei esclarecido. E ainda bem que nos dias de hoje só se aceita jornalistas encartados.