2005-08-04

Uma aventura real na sua virtualidade

Nesta minha deambulação pelo país, por locais onde não tinha acesso à net, a chegada ao Hotel Lamego e a visão, logo à entrada, de um cartaz dizendo que ali era um ponto de acesso à wlan Vodafone, fez-me lembrar as maravilhas deste “Brave new world”.
Na recepção deram-me um folheto que explicava tudo, apenas um senão, era caríssimo: 5 Euros por uma hora, 20 por 24 ou 30 por 72 horas.
Resolvi experimentar uma hora para ver como era. Segui as instruções religiosamente, enviei um e-mail pedindo a “password” para uma hora e obtive a resposta num abrir e fechar de olhos.
Depois, começou o pesadelo, o sinal era fraquíssimo, não conseguia sequer entrar na rede e o tempo passava.
Mas tudo isso estava previsto, havia um número de socorro: liguei, responderam-me que tentasse mais tarde porque as chamadas eram muitas, o tempo passava, por mais 3 vezes deram-me a mesma resposta até que por fim recebi o mais confortador “aguarde que a sua chamada será atendida dentro de 5 minutos”.
Deram-me então música entrecortada a cada 10 segundos por um “não desligue”, ao fim de uns 20 minutos o telemóvel desliga-se sozinho. Volto a tentar e recebo esta mensagem “o teu saldo yorn não permite fazer esta ligação”.
Resumindo, puseram-me de “tanga” cibernética ou mesmo sem tanga, tiraram-me até ao último cêntimo do telemóvel, para além dos 5 Euros da internet e o serviço prestado foi zero, nem consegui falar com ninguém, nem uma cara que eu pudesse partir, nem uma orelha para desancar.
De regresso, chego a casa ligo o computador e vejo que o meu “wall paper” tinha sido sequestrado por propaganda a um anti-virus e o browser redireccionados para o “site” do tal anti-virus. Todas as mensagens me diziam que o computador estava em perigo mas o único perigo que eu sentia era o da insistência na cura que não me largava.
Não lhes conto mais detalhes, foi uma luta que durou 2 dias e terminou com a solução final: a formatação voluntária do meu disco e um novo início com perdas terríveis pelo caminho.
Mas aqui estou de novo, pronto para a luta, embora não tenha deixado de extrair ilações deste episódio insólito em que os deuses informáticos se zangaram comigo.
Depois eu conto.

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