Por iniciativa do ICEP e da Associação das Regiões de Turismo, Portugal vai editar o Guia de Restaurantes representantes da gastronomia portuguesa, para o Euro 2004.
Sem dúvida, uma excelente iniciativa. Sendo a gastronomia portuguesa um indiscutível valor nacional, reconhecido já como Património Cultural Português, a publicação deste guia, numa altura de grande fluxo turístico no nosso país, permitirá dar a conhecer aos turistas as várias “pérolas” da nossa gastronomia; evitando equívocos lamentáveis como aquele, a que já dolorosamente assisti, de ver servir, sistematicamente, sardinhas assadas com batatas fritas, na feira anual da sardinha assada, em Portimão.
Certamente o ICEP e as Associações das Regiões de Turismo, tiveram um extremo cuidado na escolha do patrocínio para essa iniciativa: uma entidade respeitada e com grandes provas dadas no cultivo e na defesa da gastronomia nacional.
Ao que parece, todavia, estão a chover críticas à selecção feita: a prestigiadíssima cadeia mundial de fast food MacDonalds.
É certo que a MacDonalds é do fast food quando a nossa gastronomia se enquadra mais no conceito de slow food; é certo que se dedica uniformemente, por todo o mundo, ao negócio dos hamburguers no pão, enquanto a nossa gastronomia se caracteriza pela extrema diversidade de produtos e modos de confecção; é certo que é uma multinacional americana, enquanto a nossa gastronomia é nossa, portuguesa, mas, que diabo, é a MacDonalds, pois então.
Eu acho louvável este esforço do ICEP e da Associação das Regiões de Túrismo:
A gastronomia nacional há de permanecer para além do Euro 2004, com ou sem MacDolnalds e talvez aquela cadeia aprenda alguma coisa e possamos ver, no futuro, servir nos seus balcões mundiais “Caldeirada à Fragateira”, “Chafana” ou “pezinhos de porco de coentrada”, tudo, the portuguese way.
2004-02-04
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