Hoje, por ser sexta-feira assisti ao “telejornal travestido” da TVI.
Afazeres diversos fizeram com que apenas visse o fim, não sei portanto se, como vem sendo habitual, falaram do Freeport mas vi que falaram de médicos.
A TVI descobriu uma coisa que já toda a gente sabe, que os laboratórios farmacêuticos oferecem viagens a médicos sob a fachada de participação em congressos.
Isto aliás é uma prática corrente no chamado “marketing industrial” e há histórias bem mais escabrosas do que a apresentada pela TVI, em todas as indústrias, até nas industrias noticiosas.
A Indústria farmacêutica então toca as raias das organizações mafiosas, basta ver ou ler “O fiel jardineiro”, para se perceber do que é capaz ou, mais evidente ainda, sabendo que foi capaz de esconder do mundo, durante dez anos, a simples cura das úlceras de estômago, para poder continuar a vender lucrativamente os seus remédios paliativos.
Mas confrangedor mesmo foi a falta de memória que os médicos visados apresentavam e, no fim, por nenhuma razão.
É apenas um conflito moral que se coloca, todos ou muitos de nós vivemos situações em que recebemos alguma benesse interesseira, talvez não tão agradável como uma viagem a Kuala Lumpur, mas ainda assim desejável e podemos perceber claramente as intenções por de trás.
Aceitar ou não é uma mera questão moral, e, como dizia Séneca, cada um é artesão da sua própria moral.
Não sou eu quem então atirará pedras.
Mas, curiosamente, as paixões de revolta que esta revelação despertará, só em muito poucos casos será guiada por considerações de ordem moral, o que irá alimentar as críticas será dominantemente e apenas a inveja.
2009-05-09
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