2008-04-07

Coisas desinteressantes que vão entretendo os media

Sigo o Guião do programa da SIC Notícias “Eixo do mal” que me parece mais ou menos exaustivo:

1. As declarações de Jaime Gama na Madeira
Jaime Gama disse na Madeira que aí foi feita uma obra notável e que essa obra tinha um nome e um rosto: Alberto João Jardim.
Escândalo! visto que o mesmo Jaime gama teria anteriormente comparado o mesmo Alberto João ao imperador Bocassa.
Em primeiro lugar, segundo me recordo, a comparação não foi com Bocaça mas sim com Idi Amin Dada, Alberto João Jardim era mesmo chamado o Idi Amin da Madeira mas para o caso isso não é muito relevante, dado que num caso ou noutro ambas as declarações são perfeitamente compatíveis.
Jardim pode ser legitimamente comparado com Amin pela sua omnipresença no território, a sua frontalidade desbocada, a sua obstinação e combatividade e, simultaneamente, ser louvado pela sua obra que é, de facto, a todos os títulos notável.
Mas sobre isto já, em tempos, me pronunciei aqui.

2. Borge versus Pinho
O poste de humor que está aqui a baixo no dia 1 de Abril, para além de ser típico de um tipo de humor familiar, como referiu o Eduardo, procurava ter também uma leitura mais fina: Falar da relatividade das noções da verdade e da mentira.
Creio que um exemplo está aqui.
O que António Borges disse que se passou com o Ministro Pinho é negado por este categoricamente.
Parece que um deles está a mentir mas, na realidade, não tenho dúvida de que ambos estão a falar verdade, só que são verdades diferentes.

3. Jorge Coelho é agora Presidente da Mota Engil
Corrupção, dizem uns, incoerência dizem outros, esquecendo que isso é como que uma lei que regula a própria condição de político.
Como aqui também já disse todo o político procura percorrer 3 fases a da pista, seguindo-se a da pasta, e concluindo-se com a da posta, Jorge Coelho já passou pela pista e pela pasta que querem que ele faça agora ?

4. O Programa da Al Jazeera sobre José Sá Fernandes
Escândalo! mostra Lisboa como uma cidade miserável, minada pela corrupção e José Sá Fernandes como o Paladino da Justiça.
O programa insere-se numa temática, não é um programa neutro, tem um ponto de vista e é militante na sua defesa.
Programas como este podem-se fazer em todas as capitais do mundo, em todas elas posso filmar ruínas, e recantos da rua onde dorme gente, e Lisboa também tem essa face como todas as outras cidades.
Wim Wender já fez um filme lindíssimo sobre Lisboa que também se pode fazer.
São meras ilustrações para a mensagem que se quer transmitir.
Eu, como lisboeta, não estou ofendido.

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