Durante anos viajei num comboio que ostentava à sua frente estas palavras:
“Destino Rato”.
Nunca vi naquele Rato o velho largo de Lisboa para onde o comboio se dirigia.
Nunca vi tampouco o animal peludo e irrequieto que se chama rato.
Aquele rato, no comboio, sempre foi, para mim, um atributo que classificava aquele seu destino de viver uma vida obscura, percorrendo túneis, correndo, correndo sempre sem destino ou com um destino rato, até morrer um dia.
Agora, já só raramente tomo esse comboio.
Agora soo dirigir-me para “Roma-Arieiro”.
Conforme os dias e o estado de espírito ora desembarco na cidade imperial soterrada por uma duna gigantesca, ora na imaginária praia, que Roma e todas as cidades têm por baixo da calçada.
2008-04-23
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