Não sei o que se passa com a nossa ciência e a nossa tecnologia.
Fazemos coisas espantosas e nunca vistas como este simples facto de eu, simples cidadão, poder escrever aqui qualquer coisa imediatamente acessível a todo o mundo. Isto era inimaginável há 5 ou 6 anos, no entanto, hoje é banal.
Mas assim como admiro estas conquistas do Homo Sapiens, espanto-me sempre como, ao mesmo tempo, se vão perdendo outros saberes e outros fazeres.
Cair um teto de um edifício público sem causas demasiado improváveis não deveria ser possível no século XXI.
Há centenas de ano, houve uma “corrida” na Europa pela construção de catedrais mais e mais altas, colocando imensos problemas de engenharia, elevando esta tecnologia a um grau transcendente e misterioso para o comum dos mortais. Orgulhamo-nos do nosso Mestre Afonso Domingues que permaneceu sob a abóbada do mosteiro da Batalha para afirmar a confiança na sua engenharia.
Centenas de anos depois de Afonso Domingues a abóbada do mosteiro da batalha ainda lá está atraindo milhares de turistas e o mesmo se passa por diversas imponentes catedrais europeias que sobreviveram a guerras e a bombardeamentos.
Centenas de anos depois, cai o teto do novo terminal do aeroporto Charles Degaule, construído há menos de um ano, assim como o teto da piscina de Moscovo, construído havia meses.
Eu sei que o paradigma da engenharia de hoje não é construir para durar mas construir barato mas o mínimo que se pede é que haja competência e que as coisas não caiam por si.
A muitos engenheiros de hoje, como aos que conceberam o novo terminal do aeroporto sobre os ombros dos gigantes “maçons” de todos os tempos, não admito nenhuma desculpa, só posso dizer: "shame on you”.
2004-05-23
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