2009-01-23

O que o Sr. Ministro não sabia

Falo do Sr. Ministro da Saúde, cujo nome não me ocorre e que, em boa hora, foi corrido sem que porém se tivessem evitado danos profundos que ele provocou no Serviço Nacional de Saúde.
Este Sr. Ministro como reputado técnico formado nos EUA, tinha as soluções para o Sistema nacional de Saúde, só que, como reputado técnico formado nos EUA, via o Serviço Nacional de Saúde como criado para tratar da saúde de estatísticas e não sabia que deveria ser de pessoas.
Por isso fechou as urgências em vários sítios até porque algumas só recebiam 4 “supostos doentes” 4 o que é uma estatística que não permite a manutenção do serviço aberto.
Criou então o paraíso, de muitas ambulâncias e helicópteros para levar as estatísticas para grandes e bem apetrechados hospitais, ficando esses sim com estatísticas decentes, com 3 dígitos e que justificavam estar abertos, não os míseros 4 “Supostos doentes” 4.
O pior é que esses 4 “supostos doentes” 4 ficaram sem sítio para ir e adaptando-se ao novo sistema, chamam agora as tais ambulâncias e helicópteros, empatando o paraíso do Sr. Ministro.
Queixa-se agora o sistema que assim não dá, só deviam chamar as ambulâncias os casos urgentes, e aqueles casos não são urgentes.
A questão é que esses 4 “supostos doentes” 4 são de facto pessoas concretas e que sentindo-se mal não sabem se o seu mal as vai matar em pouco tempo, como imaginam, ou se é uma indisposição passageira.
Aquilo que eles precisam é precisamente que alguém os veja e lhes diga se é urgente ou não e esse alguém agora, só se encontra via ambulância, porque fecharam a urgência de proximidade.
Sendo assim, só posso dizer: “O sistema que aguente, ora agora!”

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