A medida do Governo de aumentar brutalmente o limite de dispensa de concursos públicos dos cento e cinquenta mil euros para os cinco milhões de euros, alinhando aliás com a média europeia, teve, por parte de todos os analistas uma oposição praticamente unânime, ouve mesmo alguém que disse que não se ouvia uma voz favorável.
Ora a minha voz, de facto, não se ouve mas é favorável.
As críticas baseiam-se essencialmente de que vão ser beneficiados nas adjudicações os primos e amigos e que a transparência desaparece.
Eu, que conheço muito bem a administração pública e que já fui júri de muitos concursos públicos e já lancei bastantes, digo que não, ou melhor, no caso dos primos e amigos fica tudo na mesma e a transparência, pelo contrário, vai aumentar.
Na realidade os concursos são geralmente uma fantochada onde dá imenso trabalho conseguir o que se pretende: adjudicar aos primos e amigos, mas onde tudo se consegue por fim e com a vantagem de que o concurso esconde as verdadeiras intenções e desculpabiliza a decisão enviesada, permite dizer sempre: “não fui eu que escolhi, foi um concurso isento”.
Agora as decisões vão ser as mesmas mas toda a gente vai saber para quem e por quem.
Em resumo é tudo muito mais transparente.
2009-01-09
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1 comentário:
bom post
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