Cada um de nós é diferente, único, é “cada doido com a sua mania”, como diz o povo.
Esta é a grande questão que se coloca à produção à escala global: maximizar o uso do meu produto.
Há duas vias para este caminho:
1 - homogeneizar a sociedade procurando anular todas as diferenças individuais, tornando-as socialmente indesejáveis ou reprováveis: “esquisitices”, “caretices” “maluquices” ou qualquer outro adjectivo antipático,
2- Procurar lidar com essa realidade e, é aqui que surge essa questão básica no domínio do “marketing” moderno: a segmentação:
Já que não posso chegar a cada um individualmente, vou, pelo menos, chegar a grupos mas ou menos homogéneos que apreciem o meu produto.
Numa sociedade de biliões, o mais pequeno segmento. ou nicho de mercado, pode ser suficientemente grande para sustentar o meu produto.
Se bem que as duas vias estejam permanentemente presentes no mundo e nas estratégias empresariais, refiro-me agora apenas à segunda, por ser mais humana e honesta.
Os segmentos definem-se de acordo com os produtos, podem ser físicos, etários, baseados no género, geofráficos e outras características objectivas, mas também podem e devem ser fundamentada em aspectos psicográficos e em “estilos de vida”, recobrindo todos os aspectos que caiem mais naquilo a que chamamos “interesses” específicos.
Como se trata de vender ou não vender milhões, estou bem seguro de que as grandes multinacionais conhecem os seus segmentos ou, pelo menos a sua superfície, bem melhor do que qualquer universidade de sociologia ou psicologia.
Por isto me entristeço com alguma publicidade como aquela de que aqui já dei conta, em que uma jovem rapariga preteria um candidato esforçado que lhe oferecia uma flor verdadeira colhida com esforço, em favor de um “chico esperto” que lhe enviava uma fotografia de uma flor igual enviada por MMS, apenas porque chegava mais depressa.
Náo me entristece o anúncio que pretende apenas fomentar o uso dos seus telemóveis, entristece-me o facto de haver um largo grupo de jovens, o segmento, sensíveis a essa mensagem.
Também outros mais recentes como o daquela jovem, supostamente livre e independente, que se liberta do seu suposto namorado, indolente, só que esse seu namorado, que passa o tempo frente à televisão bebendo cerveja e fumando caharutos, é um sapo !, direi mesmo o sapo, o mesmo do "http://www.sapo.pt/" que se humaniza na pior forma.
Para mim qualquer sapo humanizado que se preze não deveria ser nunca menos do que um “príncipe encantado”.
Mas, pelo contrário, para vos dar uma ideia do que considero uma excelente segmentação, vou-vos contar esta anúncio de uma página que folheei numa revista da Swiss airlines:
Uma fotografia de fundo com a beleza dos Alpes na Primavera ou Verão onde se inseria em grande plano um jovem alpino forte e bonito. O título rezava isto:
“Girls, why not escape the summer’s world cup to a country where men spend less time on football. And more time with you.”
Não traduzo para que se não perca o sabor original. Perfeita identificação de um segmento, tocando um botão ultra sensível desse segmento. Brilhante !
2006-04-15
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