Tive 2 comentários a esse poste um dos quais, num impulso inquisitorial, eu bani inexoravelmente. Apresentava um “link” e dizia qualquer coisa como isto: “quer ver pornografia gratuita?”.
Passada essa primeira reacção, a minha veia mais liberal veio ao de cima e comecei a imaginar uma sessão solene cheia de VIP a dissertarem sobre a regionalização e a ver alguém da audiência pedir a palavra e dizer qualquer coisa como isto:
“Em vez de V. Exas perderem tempo com esta transcendente questão da regionalização, não seria melhor irem ver alguma pornografia gratuita ?”
Imagino a reacção, era, sem dúvida, um criativo acto de terrorismo poético.
Se bem que os autores desse comentário no meu poste não tenham, certamente, sido movidos por essa nobre intenção, aqui lhes apresento as minhas desculpas por esse meu irreflectido acto de censura.
O outro comentário, da Joana. era porém bem mais inteligente, dizia o seguinte:
“Por essa ordem de ideias se tiveres uma única região - Portugal - dos 100 tens 95 para Lisboa e Porto e 5 para o resto da região, a parte mais fraca.”
E a resposta é aparentemente simples: “E então, não é isso que vemos ?”
Mas, de facto, a minha argumentação apenas se insere num contexto: a regionalização.
Na ausência de regionalização o poder está na mão de homens independentes, vindos de qualquer lado, quem sabe donde são os Ministros ?, onde a fidelidade a uma região se mitiga, porque não é pela região que lhes veio o poder.
O mesmo se passa aliás dentro de verdadeiras regiões com uniformidade cultural e interesses semelhantes.
O problema coloca-se quando o poder vem da chamada região mas essa região insere em si mais do que uma região de facto mais do que um sistema com factores de coesão e ligações dentro de si mais frequentes e fortes do que as inter-sistémicas.
O Minho e Trás os Montes são duas realidades identificáveis e distintas, só os Minhotos se dizem do Norte nunca os Transmontanos.
Aliás os nomes consolidados por várias gerações e que dividem o país em Minho Trás-os-Montes, Beira Litoral Beira Interior, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve, se não me esqueço de nada, à parte pequenos eventuais ajustes forjados pela história são os que ainda melhor definem o esboço de uma regionalização portuguesa, onde mesmo as duas Beiras e os dois Alentejos, traduzem duas realidades diferentes mas mais próximas do que as que têm nome totalmente diferente.
O povo é geralmente mais sábio do que os que o governam.
2006-04-10
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1 comentário:
intiresno muito, obrigado
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