2006-01-01

Ideias de Portugal

É normal, quando nos identificamos como portugueses perante alguém estrangeiro num país diferente, que o nosso interlocutor procure qualquer elo de contacto, qualquer referência que o ligue ao nosso país. e todos teremos a experiência habitual de ouvir citar Figo, Eusébio, nalguns casos, entre gente mais cosmopolita, Amália Rodrigues ou Fátima.
Ouve dois casos que ficaram na minha memória pela sua singularidade:
O primeiro foi com um francês, hóspede do mesmo hotel, já não sei em que país, com o qual entabulei uma conversação rápida num elevador:
- Ah, Portugal, belo país, o melhor café do mundo
Fiquei surpreendido. De facto eu também sei que Portugal serve o melhor café do mundo, mesmo que seja italiano e preparado em máquinas italianas, não sei que jeito lhe damos que fica melhor que em Itália, mas isto sabemos nós portugueses e só nós, a fama do nosso café não corre por esse mundo fora, é clandestina, excepto para aquele francês que numa ou duas visitas ao nosso país descobriu o segredo, notável
O segundo encontro foi ainda mais estranho:
Num bar de hotel em Szczecin na Polónia, fui abordado por um bêbado polaco. Completamente bêbado, ao ponto do meu péssimo polaco, um pouco de inglês e mesmo algum português terem permitido uma conversação aparentemente fluente.
Com este parceiro, quando lhe referi a minha nacionalidade, para ele, inesperadíssima naquele canto da Polónia, disse-me assim:
- Portugalia ? ah tak, “Vasco de Gama”
Foi por esta e outras que me deixei fascinar por aquele país.

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