2005-07-18

O argumento

Pacheco Pereira, na última “Quadratura do Círculo”, e noutras instâncias, procurou “demonstrar” a “falsidade” da interpretação de Mário Soares sobre o fenómeno do terrorismo utilizando a argumentação que resumo aqui, de memória:
“a pobreza e a exclusão social não tem nada a ver com o terrorismo, como insinua Mário Soares, porque, como se sabe, este terrorismo não é praticado por pobres e excluídos”
De facto, não restam dúvidas, que a prática desses actos tem mostrado um nível tecnológico, de organização e de envolvimento de meios, não acessível aos “deserdados da terra” e que é até de gente que está muito "in" sobre o que é a nossa civilização ocidental, todavia o modo como fundamenta a relação de causa e efeito, faz-me lembrar um episódio que se passou há vários anos, quando o fogo florestal ainda não era uma indústria:
Durante um incêndio, numa zona rural, alguns populares juravam ter visto o incendiário, que seria um rapaz jovem, desconhecido nas redondezas, e que trazia um boné. Alguns partiram mesmo à procura do tal jovem que acabaram por encontrar, perseguiram e arrastaram preso para junto das autoridades. Quando a GNR quis registar os testemunhos que incriminavam o rapaz, ninguém se prontificou a assinar os autos:
De facto o jovem era muito parecido com o incendiário que tinham visto mas na realidade não podia ser:
Este não tinha boné !

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois, pois, estes atentados têm origem em gente muito "in"! Quem sabe se essa gente tem um "coração de ouro" e gosta tanto de se condoer com os pobrezinhos que, vai daí, tudo faz para criar mais pobrezinhos!?...