Contou-me quem sabe do assunto, que até ao início do século XX havia 4 aldeias da região raiana de Montalegre que mantiveram um estatuto singular: não eram portuguesas nem espanholas ou, se quiserem, eram portuguesas e espanholas simultaneamente.
Os cidadãos dessas 4 aldeias tinham o privilégio de poder escolher a sua nacionalidade, logo que atingissem a maioridade.
Segundo reza a história, o padrão normal consistia em todas as famílias procurarem ser multinacionais, ter filhos que optavam alternadamente pela nacionalidade portuguesa e espanhola, porque pensavam conseguir assim obter o melhor dos dois mundos e garantir de facto a independência relativamente às duas nações.
Neste caso, tornavam-se portugueses e espanhóis precisamente porque não queriam ser nem portugueses nem espanhóis.
A nacionalidade era uma mera questão de interesse.
Finalmente os 2 Estados não suportaram mais esse estatuto ambíguo e, actualmente, duas dessas aldeias são espanholas e as outras duas portuguesas.
2004-09-08
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1 comentário:
Bastou dividir o "mal" pelas aldeias
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