2004-06-03

Nostalgia

Há dias, participei num excelente almoço, em casa de um amigo, e onde estava também um conhecido gestor da nossa praça, de seu nome Luís.
Em conversa informal, como é próprio destas reuniões sociais, falámos de Portugal e dos portugueses, da situação actual e da tão desejada retoma.
Disse o Luís, a certo ponto:
- Os portugueses, no fundo, no fundo, não querem crescer; na verdade quereriam voltar atrás 30 anos.
Todos nos rimos no momento, mas o que gostaria de ter respondido na altura e que no entanto não fiz, por não reconhecer naquele auditório a estrutura e a solidez mental que espero encontrar nos leitores deste blogue, foi o seguinte:
- não são 30 anos não, são antes 10 000.
Não sei dos portugueses no seu todo, mas sei de mim, e em verdade vos digo que penso que perdemos a inocência e o caminho há cerca de 10 000 anos.
Antes da invasão dos povos guerreiros inventores da roda e dos carros de combate e que para sempre acabaram com a nossa paz nas sociedades de parceria e de entreajuda de macacos deuses, que aqui, em Lisboa, como noutros lados de outros modos, vivíamos em união com o Tau, alimentando-nos de ostras e de outros bivalves que recolectávamos do Tejo.
Sinto, como muitos outros, uma imensa nostalgia desses gentis trogloditas.

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