Lembro-me de “Hurricane”, uma canção de Bob Dylan, da minha juventude, que nem sequer era uma das minhas preferidas.
A letra, começa assim:
Pistol shots ring out in the barroom night
Enter Patty Valentine from the upper hall
She sees the bartender in a pool of blood,
Cries out, "My God, they killed them all!"
Here comes the story of the Hurricane,
The man the authorities came to blame
For somethin' that he never done.
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world.
Está em negrito o que ficou gravado no meu cérebro.
Muitos anos depois vejo o filme, “The hurricane”, julgo que em português se chama “O Furacão” e que me conta a história cantada por Bob Dylan, que já não recordo em detalhe, com excepção de um pequeno aspecto da filosofia do “Furacão” sobre a resistência ao seu martírio:
Tantos anos na prisão, fizeram-me compreender que o poder das autoridades deriva da chantagem sobre as coisas desejáveis pela maioria dos presos: tempo livre no parque da prisão, horas de convívio com outros presos, alguns privilégios. A única forma de luta a que me dediquei foi a de aprender a desprezar todas essas coisas.
Para desespero dos seus guardiões, o “Furacão” começou a dormir de dia e a viver na sua cela, sozinho, acordado à noite dedicado aos seus prazeres pessoais.
Foi assim que bateu o sistema.
Eu, aprendi muito deste elemento de lucidez do "Furacão"
Mutatis mutandis, julgo que isto é uma lição de sobrevivência no nosso quotidiano.
2004-03-20
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