Troquei as longas bichas, enervantes, as sucessivas e programadas infracções, próprias de um velho “connaisseur” dos “podes e não podes” fazer em hora de ponta, que me concediam minutos preciosos naquela procissão diária, proporcionando-me um vão prazer, troquei tudo isto, pela calma destressada do combóio da ponte.
Foi uma decisão fácil para mim e tão óbvia, que continuo incrédulo ao ver diariamente as longas bichas que permanecem na estrada, logo ali em Corroios, junto à estação da Fertagus onde inicio a minha viagem diária de combóio. São loucos, penso diariamente.
As vantagens deste meio de transporte de que todos falam estão expressas num estudo de avaliação efectuado pela empresa e cujos os principais resultados constam de painéis espalhados pelas estações, o que lá não consta, porque não foi previsto, é o seu contributo para a cultura.
Sim senhor, é uma das maiores vantagens: o tempo para ler. Nunca li tanto, tão seguido, como agora e descobri que afinal a única razão para não ler suficientemente era mesmo a falta de tempo.
Em poucos meses superei largamente a média nacional de leitura e, dos livros que li nos últimos 2 meses, vou dar-vos conta em próximas crónicas.
2004-03-03
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