2010-04-19

Descendo à terra e a este cantinho

Entretanto, por aqui, parece que, há poucos dias foi finalmente cumprida a ordem do Supremo, qualquer coisa, de destruir os registos das conversas telefónicas entre Sócrates e Vara.
Neste mundo de registos digitais eu tenho dificuldade em perceber em que consistirá a destruição de registos.
De facto estamos longe do mundo em que se queimou a biblioteca de Alexandria, em que se podiam queimar e destruir papéis aos bocadinhos e mesmo que se conservassem as ideias aí expressas, e cópias dos textos, faltaria sempre o timbre, as assinaturas pessoais que atestavam o facto e que não se conservavam mais.
Mas agora, em que os ficheiros são bits, as cópias, perfeitos clones dos originais o que quererá dizer destruir?
Em princípio seria destruir toda e qualquer versão destes registos mas quem saberá onde eles estão?
Pelo que conheço da natureza humana, presumo que deverá já haver, em diversa mãos insuspeitas, diversas cópias electrónicas e transcrições dessas conversas.
O que se destruiu, com pompa e circunstância, foram apenas os DVD iniciais onde uns polícias gravaram tais conversas e que têm andando em bolandas de Juiz para Juiz e de funcionário para funcionário.
É certo que não se poderá usar nada em tribunal mas como a justiça hoje anda pela praça pública estou convencido que, dentro de algum tempo, estas conversas voltarão a aparecer para gáudio do povo.

1 comentário:

Eduardo disse...

Para Gáudio audio do povo!