Voltei ao parque infantil do Alvito, com os meus netos, 50 anos depois de lá ter estado eu próprio, várias vezes, de bibe e pião.
Trepar por umas gaiolas de ferro, que já não existem (certamente a UE deu-se conta de que elas matavam e baniu-as), era a minha brincadeira favorita, agora é o “barco dos piratas”, em madeira e cordas, que mais atrai as crianças.
Na popa do “barco dos piratas”, com vento de feição, viajava eu enquanto Pedro corria de uma ponta a outra do “barco”; “é ágil o meu neto”, pensava, quando senti o telemóvel vibrar-me no bolso. Quem seria àquela hora ?
Era o Adriano, meu filho e companheiro de blogue, onde já não escreve porque perdeu a “password”, e que me diz assim:
- Pai, ouve esta quadra !
A ligação estava péssima.
- Que quadra?
- Está no livro do Luiz Pacheco.
- É uma quadra do Luiz Pacheco ?
- Não, vem citada no livro dele mas é do Fernando Pessoa, ouve só
Pareceu-me ouvir o seguinte:
Sento-me frente a frente
E sei quem sou
Sou louco, obviamente
Mas que louco sou ?
Já procurei, em vão, se será mesmo de Fernando Pessoa e se será assim como a ouvi.
É que o meu filho acha que ela tem muito que ver comigo e eu, por acaso, também não deixo de achar.
2007-11-21
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3 comentários:
Estou certo de que é do Pessoa, e se não é assim como ouviu, é muito parecida, tenho quase a certeza que faz parte das quadras populares, tenho a salvação algures aqui em casa, um CD-ROM "Fernando Pessoa Multimédia" que contém a obra completa dele, vou procurar e depois falamos.
A dúvida mantenho. Rebusco a memória e nada me diz. Talvez seja... quiça. Quando esclarecida também quero saber. Deixo esta
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
..."
Os netos, o Parque do Alvito, o barco dos piratas e o Nuno à popa. Depois ainda a boa disposição do filho a colar-lhe um poema que lhe cai que nem sopa no mel. Para o caso, ser do Pacheco ou do Pessoa tanto faz. O que é que o amigo quer mais da vida homem???
Ela efectivamente não é de elástico!
Joaquim Pulga
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