Pacheco Pereira é uma pessoa que costumo considerar, ainda que discorde dele com alguma frequência. Vejo-o normalmente como pessoa culta, racional e objectiva, com quem dá gosto dialogar mesmo discordando.
O meu filho que também é uma pessoa lúcida e reflectida disse-me um dia:
“O Pacheco Pereira é comunista !” ao que eu lhe retorqui, “não, filho, foi comunista, agora é do PSD” mas ele insistiu “pode ser do PSD, mas é comunista!”
Como eu conheço o meu filho e sei que não é adepto de cabalas, percebi que não queria dizer que era um comunista infiltrado, nada disso, a sua afirmação colocava-se noutro nível, naquele mesmo plano em que encontramos por exemplo ex-padres ainda que agora anti-clericais ou ex-militares, agora profundamente civis, ou gente humilde que subiu na vida, ou gente rica que desceu na vida mas que continuam, todos eles, trazendo colado à pele como uma marca indelével um sistema de crenças, valores e atitudes construídos durante todo um percurso e que facilmente traem o seu passado.
O “poste do Abrupto – Problema de saúde pública” traz ao de cima o Pacheco Pereira de um “Comité Central” qualquer: o dogmatismo, o paternalismo, aquele sentido da “superioridade moral dos comunistas” a perda da objectividade, a cegueira a uma parte da realidade que não lhe interessa e não se encaixa no seu mundo.
Eu vi ontem na RTP 2 o filme “da conspiração”, dou o benefício da dúvida a Pacheco Pereira de não ser o mesmo filme a que ele se refere, mas no que eu vi estavam todas as respostas, que o Pacheco Pereira diz não existirem, estavam lá, preto no branco, e não era negado nada do que foi constactado à evidência, poderão ser tudo falsificações ou especulações, eventualmente, nada do que se vê nos media pode ser assumido imediatamente como a verdade, é tudo susceptível de ser contra-argumentado, criticado e discutido civilizadamente mas que não pode é ser negado que é só o que Pacheco Pereira faz.
Ao lê-lo gostaria de ter colocado no Abrupto este meu comentário mas Pacheco Pereira, como muitos bloggers, não aceita comentários, estão todos no seu legítimo direito, mas que indicia uma atitude censória um pouco incompatível com um espírito verdadeiramente aberto, lá isso evidencia.
Podia, é certo, mandar-lhe um e-mail, mas Pacheco Pereira não me responderia, como já aconteceu antes, é que eu e a minha opinião, não temos qualquer importância para ele. o que também é legítimo.
Resta-me fazê-lo aqui na minha tribunazinha, esse direito, pelo menos, penso que não me pode tirar.
Nuno Jordão
2006-09-18
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1 comentário:
Boa malha caro Nuno!
J.Pulga
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