A Internet é, para mim, um espaço de liberdade único, que o Capital e o poder dos Estados toleram mal, dá-lhes muito jeito para algumas coisas, para saber dos outros, o que os outros pensam, dá-lhes ainda jeito para massificarem a sua mensagem e a sua moral, mas não a controlam totalmente ainda, é perigosa pelos bons “maus usos” que proporciona.
Mas mesmo nesta luta pelo controlo, hás uns e outros.
O Google, para mim, é um dos outros.
É um agente do capital, por isso quer ter tudo, controlar tudo, mas tem ainda a sensibilidade humana, veste honestamente a capa do serviço público, conserva ainda a ideia do “déspota iluminado”.
Canta também o hino que diz: “Eu presto enormes serviços a milhões”, “Eu cá sou bom, sou muito bom”.
E no panorama actual, é mesmo.
Em termos de motores de busca, como o Google começou, foi uma pedrada no charco. Percebeu que o mundo era muito vasto, que havia muitas culturas e línguas, que os humanos não são máquinas e cometem erros.
Como motor de busca, desenvolveu um algoritmo, que batia todos os outros pela sua qualidade e eficácia.
Como a Internet, para quem vence aí, é um negócio de biliões, cresceu e é o google quem está hoje mais perto desse ideal, que é o “ser dono da Internet”.
Hoje tem a base de e-mails, mais acessível e funcional da net, continua com o motor de busca mais eficiente e mais utilizado, desenvolveu o google earth, com os seus vários apêndices, percebendo que debaixo de água também há a Terra, que as estrelas são nossos vizinhos e que no mundo há vários níveis, desde os continentes e oceanos até à minha casa e às pessoas que estão na minha rua.
É um trabalho notável e útil.
Nas coisas mais comezinhas também actua, também já é o dono deste espaço cibernético que abriga este meu blog.
A luta contra esta competência é enorme e chega-se ao ridículo, como este casal português que ficou muitíssimo incomodado por o google o ter mostrado na rua no “street view”. Levando-o ao ponto de ter pedido 200 000 Euros de indemnização para restabelecer a sua paz, embora, aparentemente, não tenha nenhum incómodo em pôr a sua imagem (extraída do google) na TVI, em hora de ponta.
Com a notícia falava-se de processos deste tipo que em todo o mundo correm e que envolvem milhões de indemnizações.
Como o Google já tem esses milhões até é capaz de pagar alguma coisa.
Para os felizardos contemplados gostaria mais que dirigissem a sua raiva contra as colheitas da sua imagem feitas por câmaras de vigilância que pululam e crescem por todo o lado.
Mas isto é apenas uma derivação sobre o Google.
Para mim o Google continua a ser um exemplo de “serviço público” na Internet.
Agora na sua barra a “google bar” que tenho no meu “browser” apareceu-me uma nova função, a de tradução e, quando pedi a tradução do meu blog para inglês, tive uma surpresa agradável: Estava longe da perfeição mas não me envergonhava, dava para um anglófono poder ter uma ideia razoável daquilo que escrevo.
Depois tentei ler blogs em línguas estranhas e lá me apareceu a tradução em várias línguas que eu pedisse, mesmo em português.
A minha admiração pelo Google cresceu, é um feito notabilíssimo e que abre muitas portas no mundo.
Asssim, sim.
2009-08-29
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