Há poucos meses assisti a uma conferência na livraria Bulhosa de Campo de Ourique onde se abordava o tema “nação”.
Foi bem interessante e intelectualmente estimulante, como sempre que procuramos dominar a imensa complexidade de todas as coisas simples.
A noção de nação, por exemplo, não nos trás geralmente muitas dificuldades, identifica-se com um estado, organizado num determinado território, e não teremos dúvida em considerar a Suiça ou a Espanha como nações embora, mesmo assim, já me pareça duvidoso que o Estado Palestiniano ou mesmo o Kosovo possam ser classificados como tal.
Depois há as noções afins de povo e pátria, bem mais complexas ainda.
Povo, poderemos tentar defini-lo como uma comunidade linguística e cultural geralmente também ligado a um território, todavia, se bem que eu reconheça o povo português, o povo brasileiro, o povo francês, inglês, alemão e japonês como povos que se encaixam naquela definição, já não reconheço um povo suíço, um povo espanhol, identificado com o seu território, e, por outro lado reconheço os povos cigano e judeu como povos independentes de nações.
A noção de Pátria então é ainda mais complexo e indefinível, como Pessoa disse “a minha pátria é a língua portuguesa”, para mim a minha pátria transcende Portugal, inclui o Brasil, Angola, Moçambique e todos os países da CPLP.
Nação, povo e pátria parecem-me questões bem polémicas e complexas mas muito interessantes também, penso eu.
2009-02-16
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