Terminou a aventura.
Dediquei estes poucos dias de férias à presença num casamento em Manosque, França mas não foi num casamento, como aqueles em que muitos portugueses participam, de descendentes de familiares em tempos emigrados, não, foi um casamento francês mesmo, da filha Cécile do meu amigo Bernard.
Em todo o caso, a presença permanente da diáspora portuguesa não me deixou esquecer o meu país.
Manosque fica na Provença, não muito longe da Suíça e da Itália, junto aos Alpes franceses e eu parti de Lisboa, de carro, o mais próximo que consegui do ir a pé, que é, para mim, a verdadeira maneira de viajar e de conhecer novas terras. De qualquer forma foi já suficiente para me proporcionar muitas experiências e fontes de reflexão interessantes, algumas das quais darei conta aqui futuramente.
Por agora limito-me a esta constatação da presença portuguesa permanente, na estrada em camiões e carros e nas povoações onde se viam bandeiras portuguesas mesmo nas terras mais insignificantes, suponho eu que devido ao Europeu de futebol, hoje já de saudosa memória, mas também, de forma mais permanente e estrutural. Em Andorra, conversando com uma das recepcionistas portuguesas do hotel, falávamos das línguas desse interessante Principado: dizia-me ela “aqui a língua oficial é o Catalão, a segunda o Castelhano e a terceira...”, “o francês ?”, perguntei-lhe eu, convencido da resposta, “não, a terceira é sem dúvida o português !”.
No casamento, entre os convidados do noivo, lá estava um senhor Martin, filho de um português e de uma mãe francesa que o proibiu sempre de falar português na sua infância (língua menor dos pobres deserdados, pensaria ela) todavia o Sr.Martin fala agora um português fluente, aprendido apenas nas visitas à família e, a sua filha ainda criança, começa já a falá-lo também.
É assim que mesmo maltratado e desprezado pelo poder e graças sobretudo também aos nossos irmãos do Brasil, que são muitos e também estão por todo o lado, o português permanece e fortalece-se enquanto o antes forte e muito apoiado francês mingua e perde terreno.
2008-06-20
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