Estou a ler, com enorme prazer o livro do Prof Manuel Curado “Luz misteriosa – A consciência do mundo físico”.
A consciência pode ser estudada a muitos níveis, mas este livro trata do problema (aqui surge a dificuldade) essencial, principal, fundamental, eu sei lá, o problema da consciência mesmo, como diz o autor: “Se somos apenas constituídos por átomos e campos de forças, como é que seres que são desse modo podem sentir qualquer coisa? Afinal, os nossos automóveis, frigoríficos e computadores não sentem o que quer que seja? Por que razão nós sentimos?”.
Este problema em linguagem técnica é chamado “Consciousness: the Hard Problem”.
É assim que é reconhecido pela comunidade científica que se dedica a esta problemática.
Para traduzir para português, Manuel Curado usa a expressão “o problema duro”, e “hard” significa duro, sem dúvida, mas muito mais do que isso e também quer dizer difícil, que é a opção adoptada na própria lombada do livro “o problema mais difícil de todos”
Quando comecei a ler o livro esta questão colocou-se-me, o “duro” do Professor não me parecia correcto em português e difícil também me parecia pobre: “Hard é também trabalhoso, complicado, é muito rico semanticamente mas também muito difuso e pouco preciso.
Comecei então a meditar sobre as exactas palavras em português que expressassem melhor a ideia de “hard problem”, neste contexto, e ocorreram-me aquelas que já referi acima, “essencial”, “principal” etc. mas que também não me satisfaziam totalmente.
Conversando com o meu filho Adriano e explicando-lhe as nuanças semânticas que me preocupavam ele sugeriu-me a tradução, de facto perfeita em portugês, disse-me:
- Pai, isso é o “problema do caralho” e, acertou em cheio.
2008-05-25
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