Os números da IVG

Um aspecto relevante para uma visão estratégica da matéria a referendar será o da análise da evolução dos números totais de abortos e dos relativos a abortos clandestinos verificada nos países onde a alteração mais liberal da lei já se verificou há anos.
É evidente que esses números deverão ser analisados com todo o cuidado e de forma comparativa, procurando interpreta-los à luz de outras realidades nomeadamente culturais próprias de cada país, As diferenças entre o que se passa em Portugal e em Espanha, com uma legislação semelhante são exemplificavas destas dificuldades que aponto.
O que se passa cá todavia é que nem sequer estamos na análise detalhada desses números ou dos métodos utilizados para os obter, nada disso, cá, pura e simplesmente ouvimos alguns adeptos do não dizerem que eles aumentaram e alguns adeptos do sim dizerem que eles diminuíram e isto falando todos, supostamente, dos mesmos números.
A discussão edificante e esclarecedora é esta:
Grupos do Não: “os níveis totais de aborto subiram nos países que liberalizaram e devido a essa liberalização”
Grupos do Sim: “nada disso, esses níveis desceram”
Grupos do Não “subiram é o que foi”
Grupos do Sim “desceram, toda a gente sabe”
Grupos do Não “subiram !”
Grupos do Sim “desceram !”
E nós, é claro ficamos esclarecidíssimos sabendo que os números subiram embora tivessem descido e vice-versa.