2005-02-25

A maratona e o xadrez

As palavras são como as cerejas, dizem, umas atraem outras e os pensamentos também.
Meditava eu sobre a decisão tardia de Santana Lopes de se afastar da liderança do PSD:
A perseverança e a combatividade costumam ser encaradas como virtudes, no entanto neste caso, era Portas louvado pelo seu abandono imediato e Santana era mais uma vez crucificado, agora pela sua perseverança.
Recordei-me então que se numa corrida de fundo é visto como nobre o terminar-se com 3 voltas de atraso e à beira de um desmaio, já no xadrez a persistência em não abandonar quando a derrota é evidente é visto como mau perder, impertinência insuportável e acto antidesportivo.
Também é muito digno ver-se o Papa a lutar até ao colapso final e não se suporta o apego ao poder e aos privilégios a que certas pessoas se colam como lapas.
Não é assim uma questão linear.
Mas o mais curioso é que esta deambulação intelectual, onde o xadrez foi central, trouxe à minha mente aquele encontro memorável que eu tive o privilégio de disputar com Kasparov e que merece um registo neste blogue.
Fica para o próximo poste, prometo.

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