2010-01-10

Pano para mangas

O matrimónio Gay, já aprovado, na generalidade, na Assembleia da República, ainda nos trás alguns pontos de reflexão para além do que já escrevi no poste abaixo.
Em primeiro lugar a ideia da adopção, que até ao momento está excluída da proposta aprovada, estúpida e inexplicavelmente.
Qualquer cidadão homossexual, pode se candidatar a adoptar uma criança, porque será que dois cidadãos homossexuais unidos em matrimónio não o poderão fazer?
Isto apenas demonstra com o PS avançou para esta proposta sem qualquer convicção ou reflexão, sem saber o que fazia, em suma.
Casamento sim, porque é moderno e bonito mas adopção não porque não nos parece bem, nem ás pessoas, sei lá, é melhor deixar assim, depois se verá.
O que O PS não considerou, nem lhe passou pela cabeça, é que com esta alteração semântica do significado de casamento não consegue, mesmo assim ultrapassar a diferença biológica que faz com que só as mulheres tenham o dom de gerar uma nova vida. Assim um casal gay feminino pode sempre recorrer à reprodução assistida e gerar uma criança, o que os casais gays masculinos estão impossibilitados de fazer, pelas leis da natureza que o PS, para seu desgosto, ainda não conseguiu alterar e assim, como estes casais não podem também adoptar uma criança, estarão legalmente e inelutavelmente excluídos da função de criar um novo ser humano.
Espero que não se lembrem de proibir que as mulheres gay gerem filhos. Seria uma medida contra a corrente, contra o espírito do tempo, contra o “Zeitgeist”, não o farão, certamente.
Um outro aspecto paralelo e marginal é a aberração da disciplina de voto que foi exigida nesta votação como tem sida noutras.
Que sentido fará nós votarmos e elegermos centenas de deputados se depois eles podem ser proibidos de utilizar a sua própria cabeça e o seu próprio juízo nas tomadas de decisões.
A disciplina de voto é um insulto a quem colabora neste sistema de representação.
Contudo, estranhamente, mesmo quando sopra um vento de liberdade e de tolerância, a disciplina de voto, a proibição de pensar diferente, é combatida e punida ao modo Talibã e os media e a opinião publicada em geral apoiam isto como se fosse uma coisa natural.
Aqui tenho que perguntar como o Rui Santos: Mas afinal que raio de democracia é esta?

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