2009-10-08

Carta de Belgrado 16

O tamaanho é importante.

O subtítulo escolhido poderá fazer os leitores e sobretudo as leitoras imaginarem que eu vou dissertar sobre o tamanho de qualquer coisa concreta, mas não, falo apenas da importância geral desse atributo, o tamanho.

Aqui tenho-me confrontado com questões de tamanho
Primeiro é o do recipiente de vinho.
Já em Portugal não me conformo com a escassez de tamanhos de garrafas: há o clássico 7,5 dcl que é muito só para mim e o 3,8 dcl, que é pouco para mim só, e apenaas há isto em restaurantes, excepto quando têm vinho a jarro, aliás tal como aqui. Em Portugal eu como geralmente com a minha mulher, o 7,5 é bom, eu bebo 5dcl e ela 2,5 dcl o que dá tudo certo.
Mas aqui é pior, existe o 7,5dcl e depois o 2,1 ou o copo, e como estou só, não tenho outro remédio senão ir bebendo 2 garrafas pequenas com os problemas de falta de continuidade e do preço que especulativamente aumenta.
Mas existe um outro problema de tamanho, é o das sobremesas.
Eu gosto à sobremesa de uma garfada ou duas de algo doce para “tirar a boca de pedreiro”, como dizia a minha avó mas as sobremesas são sempre enormes e caras, por isso, quando estou acompanhado, roubo uma colherada à sobremesa do parceiro(a), mas estando só, passo sem ela.
Aqui, é o mesmo, geralmente não como, embora me apeteça, mas hoje apetecia-me tanto que pedi “quero uma sobremesa muito pequena, “small” em Inglês “mali” em sérvio. O Empregado lá me trousse caminhando para mim e abanando a cabeça. Era de facto pequena mas ainda grande.
Comi metade.
Peço aos senhores da globalização que, tal como vão fazendo na roupa, vão diversificando no tamanho de tudo, porque nisto dos tamanhos há gostos para tudo.

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