2009-09-25

Carta de Belgrado 10

Como como em Belgrado

Ficou engraçado o subtítulo, mostrando estas particularidades da língua portuguesa e de todas as línguas, suponho.
O “word” dizia-me que era erro, “palavra repetida”, mas o que é que o “word” sabe?

Tenho comido por aqui e por ali e tenho já a minha ideia.
Claro que como vivo no coração de Belgrado, na zona mais turística, não tenho a percepção do que será a autêntica comida Sérvia.
Nos primeiros dias, para me ambientar perguntei ao meu motorista (de táxi) onde me aconselhava a comer e ele retorquiu-me: “mas quer Italiano ou Sérvio?”. “Sérvio, é claro” disse-lhe eu.
Ele indicou-me o “Trag”, um bom restaurante, sem dúvida, mas a carta está cheia de pastas, lasanhas, nhoques, e pizas e depois uma secção de cozinha internacional, que está ali mas podia encontrá-la igual em Paris, Roma ou Lisboa. Por onde andará a cozinha Sérvia?
Ao fim de uns dias percebi o que ele queria dizer, trata-se de uma sopa de carne, com uma espécie de iogurte, pouco doce, que é boa, de facto, mas para mim, não excepcional.
No resto dos restaurantes o panorama é o mesmo mas sem a tal sopa.
Como é cozinha internacional não me pronuncio, tudo com muitos molhos, à base de queijos e ou cogumelos, também internacionais, vaca, porco e frango e muito raramente encontra-se peixe, Douradas e Linguado, para alem de Trutas e Carpas, sempre grelhados, com ou sem molhos e lulas que há sempre.
Os restaurantes são daquele tipo europeu, à luz de velas, onde não vemos bem o que comemos e para ler o menu e a conta nos vemos à rasca.
Viva Portugal que tem restaurantes bem iluminados, não será tão romântico mas como se diz no “Samba do Bexiga” "eu só vou lá para comer" e gosto de ver o que como.
Deixando a restauração, não posso deixar de referir que a Sérvia tem a melhor carne de porco do mundo.
Já o tinha reparado no Kosovo, porque aí para comer porco só comprando em talhos sérvios, e aqui confirmei, nas febras que comprei para fazer em casa, que maravilha de carne, que sabor perdido no tempo.
O facto é reconhecido aqui, quando aponto este facto, todos me vão dizendo que também notam quando vão ao estrangeiro que o porco não lhes sabe a porco.
O que é certo é que, ao que eles sabem, não têm nenhuma raça autóctone e atribuem o facto a não terem indústria de carne de porco, é tudo porcos rafeiros e de chiqueiro.
Fica o mistério, que a carne é a melhor do mundo, assino em baixo.
O vinho local e da Macedónia bebe-se bem e há em jarros e a preços acessíveis.
Depois há a bebida nacional, a “palinca” daqui, que aqui se chama “Rákia”, nem melhor nem pior do que a palinca, o medronho e outros destilados.
E é assim que vou comendo pelos restaurante da Sérvia.

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