É assim que começa uma interessante canção brasileira.
Sem entrar em mais detalhes, podemos dizer, com verdade, que são simplesmente ovas de esturjão.
O problema transfere-se para o de saber o que será um esturjão.
E a resposta que se ouve é que é um peixe nativo do mar Cáspio e rios que aí desaguam e que está em risco de extinção porque é demasiado pescado porque as suas ovas, o tal caviar, são apreciadíssimas e caríssimas.
É este o conhecimento que eu tinha até ontem quando vi uma reportagem na SIC sobre a pesca no Tejo, pesca essa também em extinção, e vi relatos de pessoas idosas e fotografias de um esturjão pescado no Tejo, em meados do século XX.
Pareceu-me que esse facto, por si mereceria uma reportagem bem elaborada.
Como será que um esturjão terá vindo do mar Cáspio até ao Tejo passear?
A minha imaginação criativa começou logo a conceber uma história:
Talvez um refugiado da segunda grande guerra, talvez judeu, tenha trazido daquelas bandas um ou uns quantos esturjões, lançando-os no Tejo para posterior exploração comercial.
Mas como se trariam assim esturjões?
Uma consulta ao google mostrou uma história bem mais simples e triste.
Desde a mais remota antiguidade até ao Século XIX sempre houve esturjões no Tejo, Douro, Mondego, Sado e Guadiana (onde ainda parece que ocasionalmente aparecem) e por todos os rios da Europa.
As barragens expulsaram-nos de todo o lado e, agora, só resistem no Mar Cáspio os últimos esturjões.
Esta história que mostra como com as barragens perdemos o que poderia ser um negócio de milhões, ou, mais do que isso, uma iguaria a que a nossa bolsa dificilmente permite chegar, recorda-me a polémica actual sobre a barragem do Sabor:
Esta prevista barragem, vai destruir o talvez único rio selvagem que corre na Europa, e, como alguém dizia, ganhamos alguns kilowats, mas nem sonhamos o que podemos perder.
Eu já chorava pelas ostras do Tejo (consideradas as melhores ostras do mundo) passo agora a chorar também pelos esturjões do Tejo.
2009-07-23
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