O Sr. Presidente da Câmara de Viana do Castelo, proibiu a realização de touradas no seu Concelho, terminando assim a realização da, praticamente, única tourada anual que se fazia em Viana no final das festas da Sra. da Agonia.
Por este facto o Sr. Presidente da Câmara recebeu elogios de todo o mundo sendo a decisão, como diz, mais apoiada que tomou.
Eu fiquei triste com este conformismo do Sr. Presidente ao pensamento único e à análise daqueles activistas que não têm ideia ou têm uma ideia errada do que é uma tourada.
Nas touradas respeita-se a natureza do touro, ninguém o prende e o tortura, ninguém o agride sem que ele próprio invista para agredir o homem, luta-se com ele num bailado belo e telúrico que inspirou homens de todo o mundo e gerou a produção de obras artísticas de enorme beleza e significado.
Argumenta-se contra dizendo que é uma luta desigual, dado que em 99% dos casos é o homem que ganha. Nada mais falso, a esses digo eu, “vão então tourear para ver se sobrevivem com essas vantagens todas que o homem tem”.
Numa luta daquela natureza e com qualquer homem o touro mataria o homem 90% das vezes, só não o faz por que a luta é com toureiros, que se treinam e preparam uma vida para esse combate.
Quanto à crueldade essa vejo-a eu quando se actua contra a natureza do animal apenas para que o homem desfrute, como se faz quando se prende um pássaro numa gaiola, quando se capam os gatos, para que não nos incomodem, quando se mantém um cão fechado num apartamento, quando se manipula geneticamente um cão de raça, fomentando o “inbreeding”, o incesto, anti natural, até à deformação e disfunção da espécie causando ao animal um insuportável sofrimento em nome da beleza e dos prémios em concursos.
Vivam as touradas todas, a tradicional, a à capea, como se faz na Beira Baixa, a à corda como se faz na ilha terceira e morra a crueldade gratuita contra os animais.
2008-12-29
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2 comentários:
mui bien
Será justo um "combate" em que um dos lados está destinado a ter a carne perfurada desde início e a morrer mesmo que use todas as suas forças?
Será justo inflingir dor em nome do entretenimento mórbido?
Será justo colocar o animal a lutar involuntáriamente?
Será justo aplaudir um homem que se orgulha de ter enfrentado o touro, espetando-lhe vezes sem conta, sem deixar sequer que se aproxime?
Não, na tourada não se respeita a natureza do touro.
Só alguem de um profundo e doentio sinismo pode ver a tourada como um "bailado belo"
As tradições devem-se manter quando são louváveis de um ponto de vista prático e ético. A tourada não é um desses casos.
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