2008-11-17

Reflexões sobre a avaliação dos professores

Agora que está na opinião pública o problema da avaliação dos professores, sugiro a quem me lê que reflicta neste tema.
Qual será o bom professor?
Quem já sabe daquela minha dificuldade em discernir o bom do mau, excepto naquilo que é bom ou mau para mim, porque isso, eu sei ou vou sabendo, compreenderá que avaliar, professores ou o que seja, não será nunca uma tarefa fácil.
Por exemplo, eu como funcionário, já tenho sido excelente, muito bom e bom, e note-se que na função pública o bom está próximo do medíocre, mas quando olho para mim, vejo-me sempre igual, sou apenas eu, sempre eu.
O que muda então? A resposta é simples: a situação e o avaliador.
Com o mesmo direito com que eles me avaliam posso eu dizer que tenho tido avaliadores excelentes, muito bons ou bons e, esses bons, como aqui não preciso de ter pruridos, direi mesmo medíocres, maus e péssimos.
Em princípio, cada um de nós é a medida de todas as coisas.
Para sairmos deste ciclo sem virtude, só vejo uma saída, só poderemos avaliar alguém face a um objectivo concreto, por exemplo, em termos de física das partículas, dou-me uma nota de medíocre menos e, apenas não de mau porque sei existem muitos piores do que eu mas, em termos de desenvolvimento rural e até de avaliação de programas e projectos, avalio-me como, muito bom.

Voltando aos professores e aplicando este princípio, concluiremos que qualquer avaliação só permite avaliar os professore face à sua função de ensinar os jovens.
Mas aqui se levanta outra questão que não está também bem resolvida.
Em que consiste ensinar bem os jovens?
Criar autómatos bons repetidores de ciência?
Criar bons cidadãos, responsáveis?
Criar homens e mulheres bem socializados, bem inseridos na sociedade?
Criar especialistas competentes?

Talvez seja mais simples e útil avaliar quem faz passar melhor a mensagem do programa curricular de cada dia, transmitindo igualmente a noção de que tudo não é mais do que a simples passagem curricular de cada dia.

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