2007-07-01

A forma e o conteúdo

“O que me chateia é a gente que está no “street racing” mas que não é do “street racing” dizia-se num “sketch” dos Gatos Fedorentos.
Curiosamente, o humor transmitido nesta frase simples exigiria uma maior elaboração se posta em francês ou em inglês ou em tantas outras línguas que não diferenciam “ser” de “estar”.
Todavia esta dicotomia é para nós fundamental, o “ser” como uma essência, como uma natureza perene, como um conteúdo ontológico em oposição ao “estar”, transitório, aparente que se modifica e se adapta como uma forma do ser.
Em todas as questões podemos descortinar o ser e o estar, a forma e o conteúdo, a aparência e a realidade.
Na sociedade espectacular em que nos movemos é a forma que prevalece; o conteúdo desvaloriza-se, por vezes nem existe de todo, mesmo nas formas mais brilhantes e atraentes.
O Governo e o aparelho do estado são um exemplo:
Vestem-se, comportam-se, vivem e falam como um governo mas não pensam nada, não querem nada para além da sua simples sobrevivência a não pensar nada e a não querer nada e a defender-se de outros que querem tomar a sua “forma” para serem nada também.

All the world`s a stage, and all the men and women merely players; they have there exits and their entrances; and one man in is time plays many parts, ... ”.

Nem mais, velho Shakespeare, tu já sabias !

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