2006-02-16

Crónica de Dublin

“Dublin fair city, where girls are so pretty”
O irlandeses sempre foram o meu povo preferido da Europa e, por qualquer razão misteriosa, sempre vi nos irlandeses, também, uma grande simpatia por nós. Para mim foi o sangue e a cultura celta que deixou a sua marca nos celtiberos, nossos avôs, depois terá sido uma certa partilha de destinos, de pobres da Europa, a Irlanda é outro país europeu onde a expressão “desenrasca” é bem compreendida.
Foi assim apreensivo que vi nos últimos anos a Irlanda passar da cauda da UE, onde abanava connosco, para o clube dos mais ricos da Europa.
Há 6 ou 7 anos que não vinha a Dublin e estava curioso para ver até que ponto a riqueza lhes subiu à cabeça e depois aquela política “fascista” anti-fumadores que me parecia tão pouco irlandesa.
Logo que saí do aeroporto e me meti num taxi, descansei um pouco, perguntei ao condutor se tinha de apertar o cinto de segurança traseiro ao que ele me respondeu “se quiser”, “ainda bem que não é obrigatório” disse eu, que não o queria usar, “não senhor, é obrigatório por lei mas os ”dubliners” geralmente não o apertam !”, respondeu-me ele, “graças a Deus ainda estou na Irlanda de que gosto”, pensei eu.
No fumo é que não há nada a fazer, não se fuma mesmo em nenhum espaço fechado, nem mesmo num gabinete de trabalho onde se está só. Na rua, é claro só se vê gente de cigarro na mão, em frente de portas, tremendo de frio, deambulando pelas ruas. Vários “pubs” e restaurantes têm esplanadas ou pátios aquecidos, o que lhes sai caríssimo, mas é a única resposta possível, não consegui ver nenhum caso de desobediência civil.
Individualmente, todavia, continuam, afáveis e simpáticos, e há uma coisa nova, a presença da língua irlandesa aumentou substancialmente, tudo é bilingue, eu, é claro, não percebo uma palavra, mas gosto deles assim.
Em resumo, ainda temos Irlanda, negativo só os cigarros e a gastronomia que é uma merda.
A imigração também aumentou a olhos vistos, asiáticos são mato, a servir mesas e em balcões de lojas.

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