2005-09-16

Reflexões sobre a língua

Eu, como os leitores mais frequentes sabem, cometo frequentemente erros de ortografia de palmatória,
Reconheço-o e envergonho-me, porque não o faço por ignorância, muitas vezes sou eu próprio que os detecto, com as faces rubras de vergonha, mas também não por arrogância, por me sentir superior a essas “pequenas” questões, pelo contrário, acho que o culto da correcção na língua é um dever de todos os falantes.
Porque o faço então desde sempre ?(a minha primeira redacção, feita no primeiro ano da instrução primária é conhecida por toda a família por ter contido num só parágrafo 12 erros, 3 dos quais na assinatura e foi aí, nesse tempo, que compreendi literalmente nas minhas mãos o que significava a expressão “erro de palmatória” ).
Na verdade nem eu próprio sei exactamente porque sou assim mas aprendi recentemente que há uma vulgar disfunção cerebral a que se chama dislexia e que afecta este tipo de funções e eu reconheço que tenho outros sintomas que apontam para aí, como a perfeita incapacidade de escrever datas, sem parar para pensar, ainda que o tenha de fazer sucessivamente centenas de vezes.
Hoje, posso cobrir os meus erros de cabeça levantada: “desculpe mas sou, um pouco disléxico” e isso basta-me para me poupar da humilhação e sentir mesmo um pouco de simpatia nos meus interlocutores.
Colocados estes pontos nos is, queria dizer mesmo que entendo que o conhecimento da linguística é fundamental para compreender a sociedade, e as suas particularidades.
Não será por acaso que Noam Chomsky, um dos chamados pais da moderna linguística é, também, um dos mais lúcidos pensadores sobre a sociedade que nos rodeia.
Mas toda esta introdução é necessária para um outro poste que penso escrever apenas amanhã, para não chatear de uma só vez o leitor e que se chamará o “Wisła Kraków”.

1 comentário:

Suão disse...

Eu também sofro um bocadinho desse "sintoma", mas é mais esquerda-direita.