2010-05-02

Interpretações

O que mais admiro num intérprete é essa noção difusa, indefinível a que se chama precisamente a interpretação, a forma como consegue transmitir as emoções contidas na obra que interpreta.
Para exemplificar esta noção escolhi uma obra bastante conhecida, pelo menos pelos da minha geração, e que é “Just like a rolling Stone” de Bob Dylan.
Curiosamente de Bob Dylan que é ele próprio conhecido por nunca interpretar duas vezes da mesma maneira a mesma canção e impediu-me de encontrar a sua interpretação original que ficou mais conhecida pela gravação em disco.
O poema relata-nos a história de alguém bem sucedido na sociedade, orgulhoso e confiante, desprezando toda a marginalidade e que se vê subitamente caído, ele próprio, nessa marginalidade
A interpretação de BobDylan, traduz aquele misto de escárnio e superioridade moral por aquela lição de vida tão justa e apropriada.
No fundo procura dizer bem feita e foi desta mesma forma que os diversos intérpretes dessa mesma canção a têm interpretado, como Mick Jagger e os Rolling Stones a interpretam no filme que segue.



E é uma excelente interpretação digna da igualmente excelente interpretação original de Dylan.

Mas há dias conheci uma abordagem diferente ao mesmo poema, à mesma história.
Trata-se da interpretação de Barb Jungr, a quem o poema apenas lhe transmitiu tristeza simpatia e solidariedade e é precisamente esse sentimento que transmite aqui também excelentemente.
Quase que parece outra música





Por ultimo fica uma interpretação mais recente desta mesma música por um Bob Dylan muito mais velho e que se apresenta de forma muito diferente da original.
Aqui também já uma certa tristeza pela situação se começa a vislumbrar.




De qualquer forma são 3 excelentes interpretações, todas diferentes e todas brilhantes.

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