2008-08-27

Amazónia

Amazónia – de Galvez a Chico Mendes, é uma excelente produção da rede Globo que relata a saga da ocupação da amazónia ao longo de 3 gerações de coronéis e de seringueiros mostrando as várias teias sociais, as fraquezas e vilezas humanas mas também a sua heroicidade em muitos momentos.
É um verdadeiro e muito interessante documento histórico e sobre a condição humana.
A SIC apresentou-a como série semanal para os serões de Domingo, até que um qualquer deus das audiências a foi remetendo para horários cada vez mais tardios, estando agora a ser transmitida ainda aos Domingos, mas não todos, uma ou outra vez aos Sábados, entre as 4 e as 6 da madrugada.
É o que a SIC costuma fazer às melhores produções, é o mesmo que fez à excelente produção de uma TV holandesa “Beauty and Consolation”, só os muito interessados como eu e com meios para isso, vão procurando gravar os episódios, com grandes margens de tempo para garantir que o episódio lá fica, porque mesmo marcada por exemplo para as 4h 15m da manhã pode ser que comece às 4 ou às 4h 45. Nenhum respeito nem pela obra nem pelo espectador.
Espero que, pelo menos no Brasil, tenha sido tratada com maior respeito.
No entanto o que me sugeriu esta crónica é o facto de que um dos personagens que aparece na novela ser o, um pouco esquecido, boémio e poeta do Acre, Juvenal Antunes. Figura interessantíssima e excelente poeta, tal como vem retratado na novela mas também como pude descobrir na net.
O seu poema mais famoso é um notável elogio à preguiça que talvez transcreva aqui um outro dia, por ora deixo-vos este soneto também sábio:

Futilidade

Não me dirás, meu caro, o que é que ganhas
Em trabalhar assim, desde a alvorada,
- Larga a fronte de suores inundada -
Até que o sol se oculte entre as montanhas ?

A vida pode ser simbolizada
Pelo exemplo das moscas e das aranhas;
Ciência, amores, glórias e façanhas
Tudo termina em nada, nada e nada

O gato come o rato; o lobo a ovelha
Pelo micróbio mínimo e perverso,
O homem, que tudo come, é consumido

Nisso o grande ao pequeno se assemelha ...
E o destino de todos, no Universo,
Resume-se em comer e ser comido
!

Juvenal Antunes

1 comentário:

Anónimo disse...

i like......