2005-03-22

O conflito de gerações

Acabei de assistir a algumas entrevistas de rua onde se questionavam pessoas dos trinta e tais anos até a muito mais idosos, sobre os jovens de hoje.
As respostas era unanimemente negativas, como uma fatalidade, os jovens de hoje parecem estar bem piores do que os jovens que nós éramos.
As razões e os exemplos apresentados eram inúmeros, os mais velhos, mas não só, num discurso meio acusador, meio invejoso, falavam sempre do excesso de liberdade, supondo eu que identificando apenas esse pseudo excesso de liberdade com a permissividade sexual.
Se me tivessem questionado a mim também teria transmitido uma imagem muito negativa mas, curiosamente, não pelo pseudo excesso de liberdade. É conceito que penso mesmo que não existe, nunca há excesso de liberdade. O que mais critico nos jovens de hoje são, pelo contrário, as cangas que os vejo usar alegremente, homogeneizando diferenças naturais, gostando todos do mesmo e vestindo todos de igual.
Mas a lógica indestrutível a que podemos chegar é simplesmente a seguinte:
Se a geração, teoricamente mais lúcida e esclarecida, critica agora os seus filhos, tal com foi criticada pelos seus pais e estes pelos nossos avós e todas as gerações por aquelas que os antecederam, só podemos tirar uma conclusão: a espécie humana está inevitavelmente num processo de degeneração.
Razão tenho eu para pensar que, há mais ou menos 10 000 anos, começámos a perder a nossa humanidade.

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