Uma zona autónoma temporária, no sentido de Akim Bey, que se repete anualmente desde há vários anos e onde a generalidade das regras comuns são momentaneamente esquecidas.
Não se pode descrever, apenas viver, é única.
Foi ontem em Mirandela, repetir-se-á no próximo ano.
2004-07-31
2004-07-30
Manuel Alegre
Mais um candidato à liderança do PS entrevistado por Judite de Sousa.
Com este não brinco, tenho-o por homem sério, com um percurso de vida notável ao serviço da sua razão temperada com uma notável sensibilidade poética..
Apenas lamento que no seu discurso permaneça a fidelidade ao fantasma denominado esquerda, sempre ocupado na luta contra o outro fantasma chamado direita e com uma fé inquebrantável noutro fantasma chamado "democracia".
Enquanto se degladia com fantasmas outros irão manipular instrumentos de carne e osso e tudo continuará com Manuel Alegre no Olimpo, respeitado sim, mas significando nada.
Com este não brinco, tenho-o por homem sério, com um percurso de vida notável ao serviço da sua razão temperada com uma notável sensibilidade poética..
Apenas lamento que no seu discurso permaneça a fidelidade ao fantasma denominado esquerda, sempre ocupado na luta contra o outro fantasma chamado direita e com uma fé inquebrantável noutro fantasma chamado "democracia".
Enquanto se degladia com fantasmas outros irão manipular instrumentos de carne e osso e tudo continuará com Manuel Alegre no Olimpo, respeitado sim, mas significando nada.
2004-07-29
Mensagens
Já nem reparo naquelas mensagens doentias que a lei manda pôr nos maços de cigarro.
Ontem porém, reparei numa mensagem, para mim, nova que dizia o seguinte:
“O fumo contem benzeno, nitrosaminas, formaldeído e cianeto de hidrogénio”
Creio que pouca gente sabe interpretar o significado profundo da presença dessas substâncias no fumo do tabaco mas conhecendo o objectivo desmobilizador dessas mensagens, presumo que serão tudo venenos de alto calibre.
Só uma coisa me sossegou: pelo menos o fumo parece não conter os tenebrosos bífidos activos, os glutões verdes ou o sinistro ómega 3 que estão presentes noutros produtos que se vendem impunemente no mercado.
Ontem porém, reparei numa mensagem, para mim, nova que dizia o seguinte:
“O fumo contem benzeno, nitrosaminas, formaldeído e cianeto de hidrogénio”
Creio que pouca gente sabe interpretar o significado profundo da presença dessas substâncias no fumo do tabaco mas conhecendo o objectivo desmobilizador dessas mensagens, presumo que serão tudo venenos de alto calibre.
Só uma coisa me sossegou: pelo menos o fumo parece não conter os tenebrosos bífidos activos, os glutões verdes ou o sinistro ómega 3 que estão presentes noutros produtos que se vendem impunemente no mercado.
2004-07-27
Não suporto mais
Ver ler e ouvir minutos a fio em todos os noticiários imagens do meu país a arder.
Ver ler e ouvir as estafadas explicações sobre a falta de limpeza das matas, as beatas deitadas dos carros e os foguetes das festas de aldeia.
O fogo faz parte do ecossistema mediterrâneo mas não é deste fogo ou destes fogos naturais que estamos a falar, o que vejo leio e ouço é um triste holocausto ao deus capital da indústria dos fogos, é outra escala, é outra coisa, não tem nada a ver.
As limpezas de mata, os foguetes, os cigarros (estes então têm as costas larguíssimas, conheço estudos que demonstram que é muito difícil atear um fogo em restolho seco com uma beata a arder, como sabe aliás quem já acendeu uma fogueira) aumentam o risco numa percentagem mas são incapazes de multiplicar por 5 ou por 10 a dimensão dos incêndios a que assistimos: estamos numa escala de loucura.
Não é preciso investigar para saber que fogos nesta escala, articulados, organizados, com várias frentes colossais, concentrando-se sucessivamente em zonas específicas a massacrar não nascem na natureza.
Ver ler e ouvir as estafadas explicações sobre a falta de limpeza das matas, as beatas deitadas dos carros e os foguetes das festas de aldeia.
O fogo faz parte do ecossistema mediterrâneo mas não é deste fogo ou destes fogos naturais que estamos a falar, o que vejo leio e ouço é um triste holocausto ao deus capital da indústria dos fogos, é outra escala, é outra coisa, não tem nada a ver.
As limpezas de mata, os foguetes, os cigarros (estes então têm as costas larguíssimas, conheço estudos que demonstram que é muito difícil atear um fogo em restolho seco com uma beata a arder, como sabe aliás quem já acendeu uma fogueira) aumentam o risco numa percentagem mas são incapazes de multiplicar por 5 ou por 10 a dimensão dos incêndios a que assistimos: estamos numa escala de loucura.
Não é preciso investigar para saber que fogos nesta escala, articulados, organizados, com várias frentes colossais, concentrando-se sucessivamente em zonas específicas a massacrar não nascem na natureza.
2004-07-26
2004-07-24
Sexta-feira negra
Para além de Paredes, como muitos blogues assinalam, morreu também ontem Serge Reggiani.
Também Sacha Distel nos deixou ontem, embora este me diga muito pouco.
Também Sacha Distel nos deixou ontem, embora este me diga muito pouco.
2004-07-23
João Soares tem a solução
Acabei de ver a entrevista de Judite de Sousa a João Soares como candidato a Secretário geral do PS.
Retive que João Soares tem uma ideia firme: defender o direito das mulheres, com ele o Governo terá 50% de mulheres.
Comprometeu-se mesmo nesse propósito com o povo português.
Penso que esta é a resposta correcta a Santana Lopes que colocou apenas algumas “santanetes” no Governo.
Com João Soares podemos estar certos que teremos um Governo cheio de “joanetes”
Retive que João Soares tem uma ideia firme: defender o direito das mulheres, com ele o Governo terá 50% de mulheres.
Comprometeu-se mesmo nesse propósito com o povo português.
Penso que esta é a resposta correcta a Santana Lopes que colocou apenas algumas “santanetes” no Governo.
Com João Soares podemos estar certos que teremos um Governo cheio de “joanetes”
Está descoberto o mistério
O critério para a desconcentração do Governo parece que é o da residência dos Secretários de Estado a deslocar que assim, aliás, não se deslocam, permitindo-lhes continuar a tomar a bica no café habitual e ter o prazer de ouvir o Sr. Fonseca perguntar:
- Quer a chávena escaldada Sr. Secretário de Estado ?
Os assuntos de Estado são deste modo tratados com muito mais amor e carinho.
É a tão desejada humanização da infernal máquina da governação.
- Quer a chávena escaldada Sr. Secretário de Estado ?
Os assuntos de Estado são deste modo tratados com muito mais amor e carinho.
É a tão desejada humanização da infernal máquina da governação.
2004-07-21
O nosso novo Primeiro Ministro
O nosso novo Primeiro Ministro tem um pequeno problema: espalha-se um bocadinho, quero dizer espalha-se um bocado, enfim, espalha-se muito, pronto, é a cada passo, já disse.
2004-07-20
A minha Pátria é a Língua Portuguesa
Vou-lhes contar uma pequena história passada em Szczecin, no Noroeste da Polónia, mais precisamente na chamada Pomerânia.
Para um ou outro leitor menos familiarizado com o polaco adiantaria que o SZ se pronuncia mais ou menos como X em português, o CZ como TX (ou o CH transmontano) e o C como TS. Com estes pequenos rudimentos de informação penso que se torna pronunciável aquele arrazoado de consoantes que denomina a cidade de Szczecin.
Acabado de fazer o meu “check in” num hotel de Szczecin, telefono à minha mulher para lhe dar conta de que estava vivo e bem e, quando termino esta chamada, sou surpreendido pela simpática e bonita recepcionista que me pergunta com toada brasileira:
Fala português ?
Logo lhe disse que sim, naturalmente, dado que até era português como constava no passaporte que ele tinha acabado de consultar. O surpreendente mesmo é que ela o falasse com fluência, sendo polaca.
Logo me contou a história da sua vida, vivida parcialmente no Brasil, história essa que não obstante o seu interesse é totalmente irrelevante para o que quero dizer aqui.
O que importa é que desse momento em diante passei a ser VIP naquele hotel e era um imenso prazer, no meio dos franceses e polacos que me acompanhavam, poder ter aqueles momentos de privacidade no meio do público.
Mais do que a comunicação privilegiada que pude estabelecer o mais importante, para mim, foi a comunicação que se deixou de estabelecer com os meus companheiros, permitindo-me, pela primeira vez, estabelecer uns momentos de comunicação exclusiva, reservada e íntima.
Nestas férias que acabei de passar, durante o EURO, o local transbordava de estrangeiros das mais diferentes origens e muitas vezes tentei adivinhar curioso que comentários teceriam aqueles Suecos, Dinamarqueses ou Noruegueses, dado que nem esse pequeno segredo consegui desvendar ao certo.
Por outro lado o inglês que se ouvia por todo lado era transparente incapaz de esconder qualquer segredo, nunca aqueles anglófonos poderão sentir aquele pequeno prazer que eu senti em Szczecin.
Foi então que se me tornou mais clara a expressão de Pessoa que coloquei em título, a língua é de facto muito mais do que um código de comunicação está mesmo na essência da nossa identidade.
Tive então alguma pena dos ingleses, americanos etc pelo enorme esforço que fazem para dar a sua língua a todo o mundo mas, ao fazê-lo, é um pouco da sua identidade que oferecem também e que vão perdendo para si.
Para um ou outro leitor menos familiarizado com o polaco adiantaria que o SZ se pronuncia mais ou menos como X em português, o CZ como TX (ou o CH transmontano) e o C como TS. Com estes pequenos rudimentos de informação penso que se torna pronunciável aquele arrazoado de consoantes que denomina a cidade de Szczecin.
Acabado de fazer o meu “check in” num hotel de Szczecin, telefono à minha mulher para lhe dar conta de que estava vivo e bem e, quando termino esta chamada, sou surpreendido pela simpática e bonita recepcionista que me pergunta com toada brasileira:
Fala português ?
Logo lhe disse que sim, naturalmente, dado que até era português como constava no passaporte que ele tinha acabado de consultar. O surpreendente mesmo é que ela o falasse com fluência, sendo polaca.
Logo me contou a história da sua vida, vivida parcialmente no Brasil, história essa que não obstante o seu interesse é totalmente irrelevante para o que quero dizer aqui.
O que importa é que desse momento em diante passei a ser VIP naquele hotel e era um imenso prazer, no meio dos franceses e polacos que me acompanhavam, poder ter aqueles momentos de privacidade no meio do público.
Mais do que a comunicação privilegiada que pude estabelecer o mais importante, para mim, foi a comunicação que se deixou de estabelecer com os meus companheiros, permitindo-me, pela primeira vez, estabelecer uns momentos de comunicação exclusiva, reservada e íntima.
Nestas férias que acabei de passar, durante o EURO, o local transbordava de estrangeiros das mais diferentes origens e muitas vezes tentei adivinhar curioso que comentários teceriam aqueles Suecos, Dinamarqueses ou Noruegueses, dado que nem esse pequeno segredo consegui desvendar ao certo.
Por outro lado o inglês que se ouvia por todo lado era transparente incapaz de esconder qualquer segredo, nunca aqueles anglófonos poderão sentir aquele pequeno prazer que eu senti em Szczecin.
Foi então que se me tornou mais clara a expressão de Pessoa que coloquei em título, a língua é de facto muito mais do que um código de comunicação está mesmo na essência da nossa identidade.
Tive então alguma pena dos ingleses, americanos etc pelo enorme esforço que fazem para dar a sua língua a todo o mundo mas, ao fazê-lo, é um pouco da sua identidade que oferecem também e que vão perdendo para si.
2004-07-19
... Liberdade Política:
Que devemos entender por esta expressão ? A libertação do indivíduo em relação ao Estado e as suas leis ? Não, pelo contrário: a sujeição do indivíduo ao Estado e às suas leis. Porque razão se fala então de liberdade ?...
Max Stirner - “O Único e a Sua Propriedade” (finalmente uma edição em português, graças à Antígona)
Max Stirner - “O Único e a Sua Propriedade” (finalmente uma edição em português, graças à Antígona)
2004-07-18
Ninguém viu
A dança dos nomes dos ministérios atraíram algum interesse da comunicação social.
O espanto de Paulo Portas por saber, no exacto momento da posse, que era ministro não só da defesa mas também dos assuntos do mar, foi amplamente comentado. Quem discutia se era a baleia ou o tubarão branco o rei dos mares desiluda-se, agora o rei dos mares, que vela por todos os assuntos, é Paulo Portas e, diga-se de passagem, eu acho que é claríssimo que Paulo Portas é bem mais capaz para tratar desses assuntos do que qualquer tubarão pretensioso, foi uma decisão muito acertada de Santana Lopes.
Pacheco Pereira, na Quadratura do Circulo, disse que só uma mudança de nome de um ministério provoca custos desnecessários e uma enorme perturbação na máquina da administração: Está completamente enganado, são essas alterações orgânicas dos ministérios que justificam a máquina pesada da função pública, que se rebola de prazer, por ter qualquer coisa “importante” para se entreter.
Exercer finalmente os seus poderzinhos, rejeitar uma informação, laboriosamente construída, porque no cabeçalho não consta a família e a criança na Segurança Social, como é possível estar-se tão distraído ?
São estas mudanças que alimentam e deleitam “O Castelo”, preenchem enormes tempos de lazer, alimentam anedotas privadas, facilitam lutas contra a hierarquia, permitem remoques sobre a competência ou incompetência dos colegas.
Venham assim estas alterações que transforma uma penosa marcha para a frente numa interessante e divertida ginástica aeróbica ao som da música.
Essas mudanças, todavia, também têm outra função, dão sinais claros sobre a forma como se encara o país e as suas prioridades e é neste domínio que interpreto uma mudança de nome que não perturbou ninguém: a do Ministério da Agricultua Desenvolvimento Rural e Pescas que passa a Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas.
O desenvolvimento rural, segundo pilar da PAC, de importância crescente na Europa, termina a sua lenta agonia em Portugal, já nem no nome fica, é a estocada final, caso não venha a UE trazer algum balão de oxigénio.
O espanto de Paulo Portas por saber, no exacto momento da posse, que era ministro não só da defesa mas também dos assuntos do mar, foi amplamente comentado. Quem discutia se era a baleia ou o tubarão branco o rei dos mares desiluda-se, agora o rei dos mares, que vela por todos os assuntos, é Paulo Portas e, diga-se de passagem, eu acho que é claríssimo que Paulo Portas é bem mais capaz para tratar desses assuntos do que qualquer tubarão pretensioso, foi uma decisão muito acertada de Santana Lopes.
Pacheco Pereira, na Quadratura do Circulo, disse que só uma mudança de nome de um ministério provoca custos desnecessários e uma enorme perturbação na máquina da administração: Está completamente enganado, são essas alterações orgânicas dos ministérios que justificam a máquina pesada da função pública, que se rebola de prazer, por ter qualquer coisa “importante” para se entreter.
Exercer finalmente os seus poderzinhos, rejeitar uma informação, laboriosamente construída, porque no cabeçalho não consta a família e a criança na Segurança Social, como é possível estar-se tão distraído ?
São estas mudanças que alimentam e deleitam “O Castelo”, preenchem enormes tempos de lazer, alimentam anedotas privadas, facilitam lutas contra a hierarquia, permitem remoques sobre a competência ou incompetência dos colegas.
Venham assim estas alterações que transforma uma penosa marcha para a frente numa interessante e divertida ginástica aeróbica ao som da música.
Essas mudanças, todavia, também têm outra função, dão sinais claros sobre a forma como se encara o país e as suas prioridades e é neste domínio que interpreto uma mudança de nome que não perturbou ninguém: a do Ministério da Agricultua Desenvolvimento Rural e Pescas que passa a Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas.
O desenvolvimento rural, segundo pilar da PAC, de importância crescente na Europa, termina a sua lenta agonia em Portugal, já nem no nome fica, é a estocada final, caso não venha a UE trazer algum balão de oxigénio.
2004-07-17
E agora Nuno ?
A festa acabou ... mas a vida continua.Reinicio o blogue, não com a energia que esperava mas ainda assim com boa vontade e, para já, com uma cara nova.
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