Este título, que apanhei já não sei onde, dava para dissertar por mais de mil páginas.
Começando pelo próprio significado da palavra louco, como um valor relativo, apenas definível face a uma norma comportamental corrente, por isso mesmo chamada normal.
Mas não me vou alongar sobre o assunto. Queria apenas deixar aqui duas obras notáveis sobre o tema, dentro das muitíssimas que já foram feitas.
A primeira até é nossa, da “Mensagem” de Fernando Pessoa e escrita a propósito de El-Rei D. Sebastião.
QUINTA / D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
A segunda, é um tango de Astor Piazzola, com letra de Horácio Ferrer, que já tem 40 anos mas que ainda está vivo e de boa saúde.
Chama-se “Balada para um louco”.
Parece que quando foi escrito suscitou uma enorme polémica, houve muitos que não o aceitaram bem e consideraram mesmo como uma espécie de “ofensa” ao tango.
Mas o tempo tudo cura e hoje o reconhecimento é generalizado e as interpretações são imensas e muitas excelentes, de artistas de todo o mundo, muitas das quais se podem ouvir e ver no “youtube”, suscitando calorosos debates sobre o valor de cada uma..
Eu também tenho as minhas predilecções neste domínio mas como há muitas maneiras diferentes de sentir, escolhi para publicar aqui a versão original de Amelita Bertal, que segue:
2009-12-06
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