2005-03-31

« C’est la guerre »

É curioso como muitos que defendem fanaticamente a “vida?” humana a propósito da interrupção da gravidez se mostram indiferentes ou mesmo apoiantes de ataques, no Iraque e alhures, indiscriminados, gratuitos e incompetentes que ceifam a vida de inocentes a que chamam “casualties”, sem o menor remorso ou preocupação.

2005-03-30

Dizem que as línguas reflectem a personalidade dos povos que as falam.

Fernando Pessoa formulou mesmo a expressão conhecida mas cheia de significado: “a minha pátria é a língua portuguesa”.
Ora vem isto a propósito das “simpáticas” designações que os anglófonos escolheram para simples e inofensivas operações informáticas.
Sempre que ponho um cd no meu computador, salta-me o windows media player com a sinistra questão: quer “burn or rip ?”. Tremia sempre, com esta proposta de me tornar incendiário ou estripador, a minha primeira reacção era sempre a de pensar que, obviamente, não queria nem uma coisa nem outra.
Afinal a pergunta parece referir-se apenas à opção copiar o cd ou extrair ficheiros wma daquelas músicas, não seria melhor usar termos como “beijar”, ”acariciar”, “afagar”, “fazer cócegas”, eu sei lá, mas não senhor, a tendência anglo-saxónica é sempre a de descambar para a violência.

2005-03-28

Sabe bem

Mudar de ares de vez em quando e sobretudo hoje que recebi a resposta, em polaco, da minha amiga Joanna, aos meus votos de Páscoa feliz e compreendi tudo sem a juda de um dicionário.
Já lhe respondi: "Tak, juz wiem smingus dyngus", com os respectivos acentos em consoantes que este editor não permite.
Não estou certo de ter sido totalmente correcto mas não duvido de que ela vai compreender, os meus leitores é que provavelmente não mas não tem importância.

2005-03-23

O transporte de crianças

Hoje estive a ouvir as novas exigências legais sobre os dispositivos para transporte de crianças em carros. Digo-vos que não é coisa simples (até se tem de verificar um qualquer número colocado em baixo e que parece que tem que começar por 03 ou estamos lixados) é, de facto, bem mais complicado do que comprar uma aspirina.
Face a esta situação julgo que devemos exigir a sua venda obrigatória em farmácias.

2005-03-22

O conflito de gerações

Acabei de assistir a algumas entrevistas de rua onde se questionavam pessoas dos trinta e tais anos até a muito mais idosos, sobre os jovens de hoje.
As respostas era unanimemente negativas, como uma fatalidade, os jovens de hoje parecem estar bem piores do que os jovens que nós éramos.
As razões e os exemplos apresentados eram inúmeros, os mais velhos, mas não só, num discurso meio acusador, meio invejoso, falavam sempre do excesso de liberdade, supondo eu que identificando apenas esse pseudo excesso de liberdade com a permissividade sexual.
Se me tivessem questionado a mim também teria transmitido uma imagem muito negativa mas, curiosamente, não pelo pseudo excesso de liberdade. É conceito que penso mesmo que não existe, nunca há excesso de liberdade. O que mais critico nos jovens de hoje são, pelo contrário, as cangas que os vejo usar alegremente, homogeneizando diferenças naturais, gostando todos do mesmo e vestindo todos de igual.
Mas a lógica indestrutível a que podemos chegar é simplesmente a seguinte:
Se a geração, teoricamente mais lúcida e esclarecida, critica agora os seus filhos, tal com foi criticada pelos seus pais e estes pelos nossos avós e todas as gerações por aquelas que os antecederam, só podemos tirar uma conclusão: a espécie humana está inevitavelmente num processo de degeneração.
Razão tenho eu para pensar que, há mais ou menos 10 000 anos, começámos a perder a nossa humanidade.

2005-03-20

Eu sou caucasiano ?

Pois é, curiosamente, este é um tipo de questão que me interessa.
Há muitos anos, e sempre me intrigou, que conheço a classificação americana de “caucasian”, ou às vezes “cocasion”, para o grupo fenotípico que em Português se costuma chamar “branco”.
Em oposição classificam outros fenótipos como “negroid” e “mongoloid”, os que nós chamamos de “pretos” e “amarelos”.
Pelo o que se suspeita hoje da saga da nossa espécie e da sua longa caminhada de África para a Ásia e daí para a América e Europa e a sua consequente adaptação fenotípica aos novos ambientes, ao longo de inúmeras gerações e num processo que não se estabilizou ainda e certamente não se estabilizará nunca, parece-me que as nossa designações objectivas de brancos, negros e amarelos é bem mais coerente do que a usada pelos americanos que implicitamente chamam a uns “negroid” por serem negros e a outros “mongoloid” talvez por ter sido na Mongólia que os primeiros negros se amarelaram e “caucasian” por ter sido no Cáucaso onde os primeiros pretos e amarelos se tornaram brancos.
Pelo menos, uma coisa é certa, para além das conjecturas a que vamos chegando, negros, brancos e amarelos são objectivamente os grandes grupos fenotípico-culturais em que se classifica a espécie e de que objectivamente nos apercebemos. Misturar critérios de cor de pele para um e geográficos para outros, parece-me, pelo menos, incoerente e, talvez mesmo, não inocente, além de não nos permitir classificar um preto da Geórgia ou do Arzebeijão, porque os há, e que será fatalmente um “negroid” “caucasian”.
De todo o modo, o indivíduo que hoje assassinou dois polícias na Amadora, já foi classificado pela polícia como sendo caucasiano. Será que era do Cáucaso ou simplesmente branco ?

2005-03-19

Quando um dia encontrar o génio da lâmpada

Aquele que, dizem, satisfaz 3 desejos a quem o libertar, já sei o que lhe vou pedir em primeiro lugar:
Falar todas as línguas do mundo.

2005-03-18

Os mesmos que louvam a maturidade do povo

São os que entendem que se eu me aproximar de uma mesa de voto com um cachecol do partido A, uns tantos que vão votar no partido B, ao ver o meu cachecol, são bem capazes de mudar de opinião e votar no A.
Também acham que o povo é muito inteligente mas talvez não seja bem capaz de ver a diferença entre escolher autarcas e opinar sobre a constituição europeia.
Enfim, o povo mostra grande maturidade quando vota em mim, de resto, baralha-se um bocado.

2005-03-14

Ganância, pura ganância

É o que move o “lobby” farmacêutico a atacar a hipótese de venda livre de medicamentos que não exijam receita média, obrigando as farmácias a partilhar um negócio milionário.
É também a ganância que move o “lobby” das grandes superfícies a defender essa medida, com unhas e dentes, procurando garantir uma fatia do bolo.
Mas, nos discursos de ambos, nem de leve se toca nesse “insignificante” aspecto económico, nada disso, o que os preocupa mesmo e somente, no discurso, a uns e outros, é apenas o bem estar do povo.

2005-03-13

Os criativos da banca

Após o brilhante “spot” publicitário da banca, com o som de Abrunhosa cantando “tudo o que te dou tu me dás a mim”, os criativos bancários saíram-se com uma nova pérola publicitária:
Diz o BES que é capaz de nos mostrar a nossa vida financeira como nunca a vimos e mostra alguém no alto de uma torre com uma ampla visão sobre o horizonte. Quando nos colocamos no ponto de vista do personagem olhamos em volta e vemos a realidade da nossa vida financeira: “um mar de nuvens”.

2005-03-11

A não perder

A entrevista de Ana Sousa dias a Edu Lobo, que acabei de ver na 2, em repetição.
O equilíbrio entre entrevistador e entrevistado é perfeito, como numa boa orquestra.
Poder ouvir ali, entre muitas outras coisas, como Edu Lobo ao recuperar dum aneurisma, que quase o matou, e que para ele era apenas uma intoxicação alimentar, confessa que ao aprender com um amigo o seu verdadeiro estado se apercebe de repente da razão porque eram “tantos médicos e tanta filha” não é todos os dias que se ouve.
Quem apenas vê os “prime times”, e só vê Ana Sousa Dias com Marcelo Rebelo de Sousa, fica a quilómetros de se aperceber o que está ali de talento desperdiçado.

2005-03-08

Lógica irrepreensível

É a descrita neste texto que recebi por e-mail.
Para além do exagero dos zero graus da cerveja, mesmo considerando os 7 º, mais recomendáveis, penso que o raciocínio continua válido:

Segundo a lei da termodinâmica, nós sabemos que 1 Kcal é a energia necessária para esquentar 1g de água em 1ºC.Não é necessário ser nenhum gênio para calcular que se um ser humano beber um copo (200ml) de água gelada a 0°C usará 200 Kcal para aquecer essa água em 1°C.
Para haver o equilíbrio térmico com a temperatura corporal, são necessárias, então, aproximadamente 7.400 calorias para que estes 200g de água alcancem os 37° C da temperatura corporal (200 Kcal X 37°C).Então, esta é a quantidade de energia necessária para manter a temperatura de nosso corpo a 37° C.
A termodinâmica não nos deixa mentir sobre esta dedução.
Assim, se uma pessoa beber um copo de cerveja grande (aproximadamente 400ml na temperatura de 0°C), ela perde aproximadamente 14.800 calorias (400g x 37°C).Não podemos esquecer de descontar as calorias da cerveja (aproximadamente 380 Kcal em 400ml cerveja).
Portanto, observa-se que um indivíduo perde aproximadamente 14.420 Kcal com a ingestão um único copo de cerveja bem gelada.
Obviamente quanto mais gelada for a cerveja maior será a perda calórica.Fica claro, portanto. que tomar cerveja gelada é muito mais efetivo do que andar de bicicleta ou correr, ou fazer qualquer atividade que queima aproximadamente 800 Kcal por hora.
Amigos, a conclusão deste raciocínio é muito simples: para magrecer basta beber cerveja bem gelada, em grandes quantidades e deixarmos a termodinâmica cuidar do resto.Saúde a todos!!! Eu vou já pro boteco malhar...