O período natalício que vivemos de "febre" consumista, ruas enfeitadas, pais natais da coca cola trepando varandas, cânticos de natal entoados por milhares de telefonias, o mesmo espírito presente aparentemente em todo o mundo, trouxe-me à memória uma entrevista que em tempos ouvi a um jovem escritor brasileiro, cujo nome não retive e que como bolseiro, penso que da Fundação Oriente, percorreu durante um ano a China profunda, procurando inspiração para escrever um livro.
Nessa entrevista em que jovem autor exprimiu algumas das suas impressões de viagem, retive dois dos aspectos, para ele mais marcantes:
A desilusão que lhe causou a verificação da prática do budismo, que tinha no seu imaginário como uma religião sábia, "pura" e tolerante mas que viu na prática ser hierárquica e prepotente como as outras mais nossas conhecidas. mostrando a constância da condição humana sempre presente em todos os caldos culturais.
A ilusão da universalidade, dizia ele: já imaginaram uma sociedade onde valores e referências para nós fundamentais e sempre presentes, ainda que subconscientemente, são totalmente irrelevantes e ignoradas, onde nomes como Bach, Beethoven, Jesus Cristo, Maomé, Da Vinci, Platão, Sócrates, não significam nada, absolutamente nada ? No entanto essa é a realidade na vastíssima China rural, mostrando como a globalização parece não ser ainda, tão global assim.
2004-12-27
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