2011-12-11

AQUI JAZ UM HOMEM BOM

O meu pai, autor deste blog, morreu no dia 5 de Dezembro de 2011. A todos os que o liam, muito obrigada.

Joana Jordão

2011-10-26

Blog em Câmara lenta

Como eu, este blog segue em câmara lenta, já me é um pouco penoso digitar no teclado.
Deixo portanto aqui um post resumo de todos os outro posts, com aquilo que eu tenho tentado dizer aqui ao longo destes anos.
Trata-se do 3º e último filme da série zeitgeist.
É importante ver todo ainda que seja aos bocados, visto que tem cerca de 2 horas e 40 minutos

2011-07-20

O que se passa com a zona Euro

O que é insólito, único, no mundo da alta finança, é que pela primeira vez, há diversos países, com níveis de desenvolvimento muito diferentes a vender dívida pública no mesmo mercado e com a mesma moeda.
Os técnicos chama-lhe situação EMU (Economical and monetary unity) mas que na prática é só MU, dado que a economia está longe de ser unificada.
Na prática corrente, quando um país é acossado pelo mercado, pode reagir desvalorizando a sua moeda, pagando o que seria mais dando menos, No MU não há essa arma, o mercado ganha 30% da dívida grega, 20% da dívida portuguesa e 2 ou 3% da dívida alemã e tudo nos mesmos Euros.
E quem é o mercado? Não sei mas sei que eu não sou do mercado porque pedi ao meu banco que aplicasse uma pequena poupança minha em dívida grega, dado que eles nunca me sugerem aplicações com essa remuneração e a resposta foi riso como quem diz “isso não é par si” e de facto não é, é só para os “mercados” seja lá quem eles forem.
Conclusão só há uma saída, os chamados “Euro bonds” título de dívida únicos europeus, fazendo-se o acerto internamente, tal com fazem os EUA para todo o seus Estado, embora haja muita diferença de desenvolvimento entre eles.
Infelizmente os LEADERS Europeus ainda não perceberam isto.

2011-07-13

Dedicado a todos os analistas financeiros e políticos

Alguma coisa está a acontecer mas o senhor não sabe o que é
Pois não? Sr. Jones



You walk into the room
With your pencil in your hand
You see somebody naked
And you say, "Who is that man?"
You try so hard
But you don't understand
Just what you'll say
When you get home

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

You raise up your head
And you ask, "Is this where it is?"
And somebody points to you and says
"It's his"
And you say, "What's mine?"
And somebody else says, "Where what is?"
And you say, "Oh my God
Am I here all alone?"

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

You hand in your ticket
And you go watch the geek
Who immediately walks up to you
When he hears you speak
And says, "How does it feel
To be such a freak?"
And you say, "Impossible"
As he hands you a bone

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

You have many contacts
Among the lumberjacks
To get you facts
When someone attacks your imagination
But nobody has any respect
Anyway they already expect you
To just give a check
To tax-deductible charity organizations

You've been with the professors
And they've all liked your looks
With great lawyers you have
Discussed lepers and crooks
You've been through all of
F. Scott Fitzgerald's books
You're very well read
It's well known

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

Well, the sword swallower, he comes up to you
And then he kneels
He crosses himself
And then he clicks his high heels
And without further notice
He asks you how it feels
And he says, "Here is your throat back
Thanks for the loan"

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

Now you see this one-eyed midget
Shouting the word "NOW"
And you say, "For what reason?"
And he says, "How?"
And you say, "What does this mean?"
And he screams back, "You're a cow
Give me some milk
Or else go home"

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

Well, you walk into the room
Like a camel and then you frown
You put your eyes in your pocket
And your nose on the ground
There ought to be a law
Against you comin' around
You should be made
To wear earphones

Because something is happening here
But you don't know what it is
Do you, Mister Jones?

2011-07-11

Por razões estranhas e desconhecidas

O Blogger cancelou a minha conta impedindo-me de postar.
Por razões estranhas e desconhecidas o Blogger devolveu-me a conta.
E assim aqui está um poste, e esta hem?

2011-05-16

Troica ou triunvirato?

Na realidade nem uma coisa nem outra.
Troica é um palavra de origem russa que designava, originariamente, um carro puxado por 3 cavalos, o que em português se chama triga.
Por extensão o significado da expressão foi alargado para o plano político, para designar outros grupos de 3 homens que repartiam entre si o poder (para outro tipo de “cavalos” portanto).
Como tem tudo a ver com os Russos há portugueses que se insurgem e Paulo Portas propõe mesmo triunvirato para designar as 3 entidades que estiveram em Portugal.
Triunvirato porém, embora venha do Latim, que nos é mais próximo, significa realmente um grupo de 3 homens (tri+Vir, raiz de homem macho, viril) não se deve aplicar portanto a 3 Instituições.
Que fazer então?
Para mim basta não complicar coisas simples: em português qualquer conjunto de 3 pessoas ou coisas chama-se trio.
A Troica, para mim, é o Trio

2011-05-12

Para quem faz as leis tudo é legal

Os EUA consideraram legal fazer uma intervenção militar num país terceiro, sem passar cavaco ao respectivo Governo e assassinar um homem desarmado, só porque não pôs os braços no ar.
Foi tudo legal, dizem, legalíssimo, vê-se logo, digo eu.

2011-04-26

As melhores anedotas de Sócrates, que eu ouvi.

Sócrates ganhou mais um prémio:
O de melhor sogro do mundo, porque deixou todo o país à nora.
Mas depois disto começou a ter alucinações auditivas: estava sempre a ouvir passos de coelho e portas a bater.
O PS, preocupado, arranjou um “slogan" de campanha fortíssimo:
Talvez só o PS dê!

2011-04-25

Há quem não goste de Tom Waits

Mas não é o caso da minha neta Rita de ano e meio.
Entrou no meu escritório quando eu começava a ouvir “Telephone call from Istambul” do cd “Franks wild years” de Tom Waits, música que reproduzo em baixo.
Aos primeiros compassos, os olhos de Rita brilharam, começou a bater palmas e a gingar o corpo à cadência.
Quando a música terminou, saiu e voltou à sua vida.

2011-04-11

QUASE

De repente, por razões que não sei explicar, veio à minha consciência a frase “um pouco mais de azul e eu ….”.
Lembrava-me um poema já escrito mas que poema? escrito por quem ?
Noutros tempos a frase seria de novo esquecida por mim mas agora, com a internet, foi fácil chegar à verdade.
Trata-se do belo poema de Mário de Sá Carneiro denominado Quase.
Aqui fica:

QUASE

Um pouco mais de sol — eu era brasa.
Um pouco mais de azul — eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador d'espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho — ó dor! — quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim — quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo... e tudo errou...
— Ai a dor de ser-quase, dor sem fim... —
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos de alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Um pouco mais de sol — e fora brasa,
Um pouco mais de azul — e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Mário de Sá Carneiro
(Paris, 13 de maio de 1913)

2011-04-03

Conversa, sobre o sentido da vida, com o meu neto Luís

Luís, meu neto de 4 anos, quando lhe pedi para colocar um cinzeiro com beatas sobre uma mesa, disse-me assim:
- Avô porque é que fumas? Se fumares morres, tu sabes.
Eu, habituado a este tipo de repreensões, respondi-lhe logo:
- Pois é verdade mas se não fumar morro na mesma.
Inconformado com a perspectiva da minha morte Luís insistiu:
- Avô, também podes pedir ao Jesus para não morreres.
E como insistisse muito nesta possibilidade de me fazer pedir a Jesus para não morrer, retorqui-lhe eu:
- Não preciso, porque o avô não se importa de morrer.
Esta minha declaração causou-lhe um grande espanto:
-Não te importas de morrer? Porquê?
Eu, aproveitando o seu cristianismo, demonstrado no apelo à minha reza retorqui-lhe.
- Olha se eu morrer, posso ir para o Céu, que é muito bom.
Luís não se convenceu e disse-me com superioridade: - Olha, eu não, eu prefiro não morrer e ir para o Japão!
O que é certo é que não tive mais argumentos; Luís venceu-me no meu melhor, a argumentação filosófica.

2011-03-29

A Crise

Actores da vida política e analistas, dividem-se a opinar sobre os culpados pela crise, para uns é Sócrates, para outros é Passos Coelho. Tarefa vã, é como procurar culpados numa briga de miúdos onde todos saem de joelhos esfolados, a culpa é sempre do outro, embora nós, adultos observadores, saibamos que a culpa é apenas da infantilidade.

2011-03-17

Receita socrática

Pegue numa série de pensões e congele-as.
Depois, sem deixar descongelar, corte-as em fatias, utilizando uma faca eléctrica especial de marca PEC 4.
Consumir com moderação para não dar lugar a indigestões.

2011-03-04

Como a ignorância pode condicionar a ideologia

Um dos programas Observatório do Mundo que a TVI 24 emite, foi dedicado às zonas profundas dos Estados Unidos da América do Norte e á atitude desses americanos face à reforma do sistema de saúde implementada por Obama.
Como sempre havia prós e contras e a reportagem, originada por uma cadeia francesa de TV entrevistou representantes de ambos os lados.
Em certo momento falou com uma feroz inimiga da reforma de Obama que baseava a sua crítica no passo para o socialismo que a reforma implicava, segundo ela, “ vamos então adoptar uma medida socialista, nós americanos que morremos na segunda guerra mundial para combater o socialismo?” perguntava ela indignada.
Estupefacto o repórter corrigiu: “Os EUA combateram o Nazismo na II guerra, não o socialismo!”
A mulher poderia talvez ter lembrado que o partido Nazi se chamava Nacional socialista mas não tinha conhecimento para tanto e limitou-se a retorquir atrapalhada: “ Então não lutámos contra o Hitler e o Estaline e essa cambada?”. O repórter corrigiu de novo “Contra o Hitler sim mas o Estaline até foi vosso aliado”.
Aflita a senhora deu um grito para dentro para a filha “ Então não foi o Estaline, como se chamava o outro mau, ah, era o Lenine não era?”
A filha respondeu titubeando, “o Sr. tem razão mãe, não foi na segunda guerra mundial, foi depois.”
A entrevista ficou todavia por aqui, e bastou.

2011-02-28

Se houvesse Justiça

Sócrates deveria apanhar um tiro de pistola theiser e ser violentado até limpar bem o país de toda a merda que tem feito.

2011-02-22

O que estamos a assistir no mundo árabe

Não é mais do que o avanço natural do processo de globalização do pensamento e cultura únicas e homogéneas por todo o globo.
É a sedução do canto de sereia da civilização actual.
Foi interessante ouvir Hillary Clinton declarar o acesso à internet como mais um direito fundamental dos seres humanos, isto para criticar a tentativa de Mubarak de suprimir o acesso ao facebook e ao Twitter no Egipto quando este acesso o incomodou.
È claro que, certamente para Hillary, o direito fundamental não engloba o acesso ao Wikileaks que incomoda os Eua ou, pelo menos, esqueceram esse direito quando tentam de todas as formas banir este “site”.
Todos têm direitos iguais mas há uns que são mais iguais do que outros.

2011-02-04

Na manhã de 4 de Fevereiro

Recordo hoje quando em 1972, no grande Hotel do Uíge (na então chamada “Carmona”) ouvia na rádio Brazavile uma marcha que dizia qualquer coisa como isto:
Na manhã de 4 de Fevereiro
Na nossa luta contra a opressão
Nós fizemos a revolução
Sob a bandeira do MPLA
A nossa luta triunfará

O que é certo é que triunfou mesmo.

2011-01-31

O valor do dinheiro, hoje

Quando, há pouco tempo, morreu Ernâni Lopes, no programa “Contraditório” da RDP1, entre os habituais elogios fúnebres (neste caso bem merecidos), Luis Delgado referiu como um pequeno sinal de senilidade no final de vida de Ernâni Lopes, que este costumava dizer que o dinheiro de hoje, desligado, como está, de qualquer padrão de valor, circulando “on line” aos milhões de lado para lado, não era mais do que meros fotões.
- Fotões, são apenas fotões, dizia Ernâni Lopes.
A verdade é que não era qualquer sinal de senilidade que o fazia dizer isto, era apenas a sua lucidez.

2010-12-21

Parecia difícil de compreender

Como a Igreja Católica tão rápida a reagir contra tudo o que fere a sua susceptibilidade, como o livro Caim de Saramago, por exemplo, não tenha reagido, pelo menos de forma que eu desse por isso, ao ultrajante anúncio da Nexpresso, que trata do Céu e do Divino como sendo um antro de malfeitores, e S. Pedro como um Chefe da Máfia.
Estranhei este silêncio e só antevejo uma explicação:
A imagem do Céu que nos é dada no anúncio não difere muito, de facto, da própria imagem de Céu e do Divino que a Igreja Católica nos apresenta.

2010-11-22

A ajuda

Que ajuda é esta que a Irlanda foi obrigada a aceitar, chorando como se fosse para a forca?
Que ajuda é esta que Portugal combate desesperadamente para não recorrer a ela?

2010-11-20

Como montar uma estratégia mediática

Pegue numa bola de ping-pong e deixe-a cair à altura do peito.
Dê a notícia: “A bola está a cair”
Prepare debates, uns técnicos com especialistas que nos explicam a lei da gravidade, estimam a velocidade da bola, desenham o seu percurso e a sua posição a cada momento, outros debates para procurar culpados, porque caiu a bola? Porque não a segurou? Foi sozinho ou alguém empurrou a sua mão e por aí fora, debata de quem foi a culpa.
Entretanto a bola bate no chão e começa a subir.
Dê a notícia: “a bola agora está a subir”.
Prepare novos debates, uns técnicos, explicando tudo, determinando a velocidade a posição e o novo percurso da bola, outros especulando sobre se esta subida é permanente ou não, se é boa ou não, e o que irá acontecer à bola.
Entretanto a bola volta a cair e tudo recomeça seguindo os ciclos.
Nós vamos assistindo a tudo curiosos e tomando partido de acordo com as nossas simpatias embora já todos saibamos o que irá acontecer: que a bola há-de cair de novo e subir de novo, algumas vezes, em percursos cada vez com menor amplitude até se quedar no chão, rolar um pouco e aí ficar até que alguém a vá buscar ou não.

2010-11-12

Morreu João Serra

Só o vi uma vez, disse-me adeus.
Adeus, João Serra

2010-11-02

Agora sou mais de ler do que de escrever

Não é que me faltem tópicos e bocas para ir pondo aqui, só que quando decido escrevê-las logo me vem a ideia que não terão assim grande interesse público, que não vou conseguir dizê-lo de forma que me compreendam.
Passo mais tempo a ler, portanto e ler é bom também.
Li “Ecce Homo” de Nietzche em que este nos fala de si próprio e das sua história, “Eis o homem”, “Ecce Homo” é por tanto um bom título, só que não é o título da edição portuguesa, que é mais qualquer coisa como “O erro da civilização” mas que, em concreto, já não sei bem, já me esqueci.
Recomendo vivamente a sua leitura e conforta ver como Nietzche chegou há 150 anos à mesma conclusão que eu vou penosamente vislumbrando: O que importa na vida é o lugar onde vivemos, o país, a gastronomia e o funcionamento das nossa funções vitais, é isso que nos molda e que nos faz ser aquilo que somos.
Li também “A Inssureição que Vem” do Committé Invisível, e de que de uma passagem já dei conta aqui abaixo neste blogue. É um livro perturbador e deprimente na análise que faz do nosso tempo, no entanto é um livro muito lúcido que também vale a pena ler.
Li ainda “Mendigos e Altivos”, um clássico de Albert Corssery, autor Franco-Egípcio que relata a miséria e a natureza humana como mais ninguém,
Curiosamente revi ontem o excelente filme de Wim Wenders “The Million Dolars Hotel” e percebi agora que esse filme não é mais do que uma outra versão de “Mendigos e Altivos”.
Li também “Livros e Cigarros” de George Orwell, uma colectânea de pequenos ensaios auto reflexivos do autor, sobre experiências suas. Um grande livro também, embora pequeno em tamanho.
Recomendo a leitura de todos estes livros.
Não será certamente uma perda de tempo.

2010-10-21

O Caminho do sucesso

A revista humorística MAD, de banda desenhada ou de quadradinhos como dantes se chamava, foi minha companheira de muitos momentos da minha juventude.
Lembro-me, ainda hoje, de muitos episódios que então aí li e foi um deles que me veio agora à memória que eu vou recordar aqui:
“Um pai, de meia-idade falava com um seu filho jovem como um ar importante e paternalista, dizia-lhe:
- Meu filho, quando cheguei a Nova Iorque, tinha 20 anos, a roupa do corpo e apenas 50 cêntimos no bolso. Agora, passados todos estes anos, tenho esta casa enorme, um belíssimo carro e 500 milhares de dólares, de dívidas que tu, meu filho, ainda irás pagar um dia.”
Lembrei-me desta história e lembrei-me de Sócrates a falar aos portugueses.
Não sei exactamente porquê mas não deixei de associar as duas coisas.

2010-10-06

16 Toneladas

16 Toneladas e o que ganhas na vida?
Ficas um dia mais velho e mais fundo na dívida
S. Pedro não me chames, porque eu nunca iria
A minha alma pertence ao armazém da Companhia.