Somos pessoas, únicas, o centro do mundo, mas vivemos, agimos ou interagimos com outras pessoas, igualmente únicas e também centros do mundo.
A boa ou má gestão desta dualidade, a capacidade de sobreviver nesta comunidade de deuses é a base de todos os conflitos humanos.
Dois exemplos:
Exemplo 1:
Diogo Freitas do Amaral, é o Presidente da Assembleia geral da Caixa Geral de Depósitos por nomeação do Estado, seu maior accionista.
O Estado nomeou-o porque viu nele capacidade e isenção para proteger essa empresa dos golpes que eventuais interesses obscuros poderiam tentar para maximizar para si os proveitos dessa empresa.
Certo dia, é o próprio Estado, que o nomeou e que ele representa, que desenvolve manobras para extrair para si vantagens especiais.
Deverá ser fiel a quem ?
À Entidade que representa e que o nomeou, para defender a empresa desse tipo de ataques selvagens ?
Ou
À empresa, ela mesma, que lhe paga, e que jurou defender ?
À nomeação ou à função ?
Diogo Freitas do Amaral escolheu a função.
Traiu quem o nomeou.
Quem é capaz de julgar a sua moral ?
Também o “homem do leme” de Fernando Pessoa, que na sua função se transcendeu no próprio Rei ou em todo um povo, traiu-se a si próprio e aos seus companheiros de tripulação, conduzindo-os a uma morte provável.
Nas minha maneira de ver, foi mais Deus do que Macaco.
Exemplo 2
Pacheco Pereira, do PSD, honra lhe seja feita, tem sido uma das vozes mais lúcidas na denúncia dos grosseiros desmandos de Pedro Santana Lopes na liderança do seu partido e do País. "Triste país".
Aproximam-se novas eleições onde Pedro Santana Lopes se apresenta para liderar o PSD e o país.
Deverá Pacheco Pereira ser fiel a quem ?
Ao partido em que milita, ainda que o veja a caminhar para o abismo. ?
À sua consciência ?
Pacheco Pereira diz que escolhe o PSD. Prefere o abismo.
A meu ver, está a ser mais macaco do que Deus, ainda que eu pense que, na realidade, ele não irá votar em ninguém, para poder dormir descansado.
2005-02-03
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